Audiências judiciais sobre a morte de Décio Sá começam dia 6 de maio Envolvidos na execução do jornalista trocam acusações duranteacareação. Gravações que fazem parte do inquérito trazem detalhes de depoimentos.



As audiências judiciais onde serão ouvidas pessoas-chave do assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido no dia 23 de abril de 2012, começam no próximo dia 6. Sá foi executado com cinco tiros, na Avenida Litorânea, em São Luís.

Ao todo, serão aproximadamente 15 dias de audiências, quando serão ouvidas 55 testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa. Por fim, serão interrogados os acusados no processo.

Nesta terça-feira, dia 23 de abril, completa um ano do crime que chocou a cidade. A TV Mirante teve acesso com exclusividade ao inquérito policial, onde investigados pela morte do jornalista Décio Sá trocaram acusações durante acareações realizadas pela polícia (veja a matéria completa ao acima).

As investigações realizadas pela Polícia Civil e Ministério Público levaram ao indiciamento de 13 pessoas que teriam formado uma espécie de ‘consórcio’ para assassinar o jornalista, devido a denúncias então publicadas em seu blog, ligando um grupo de agiotas a um assassinato no Piauí.

Os depoimentos dos envolvidos trazem várias contradições. Todos foram filmados pela polícia e encaminhados ao Ministério Público e à Justiça. Nas acareações, o pistoleiro, Jhonatan dos Santos Silva, confessa os crimes e aponta quem seriam os mandantes. "Eu só sei que um era o Jr. Bolinha, que contratou meus serviços e outras duas pessoas. Um é o amigo dele de infância, que é o capitão e o outro é o que ele chamava de Gláucio e que eu não conheço. Só ouvia ele falar.”
Frente a frente com o suposto contratante, José Raimundo Sales Júnior, o Júnior Bolinha, o pistoleiro afirmou conhecê-lo. Bolinha negou. Mas Jhonatan contou detalhes de como era a chácara de Júnior Bolinha, onde, segundo ele, eram marcados os encontros para combinar as mortes. “Casa de andar, com a frente de vidro, cercada de madeira na parte de cima. Piscina redonda, comprida, mas redonda”, explicou.

Exaltados, os dois chegaram a discutir no interrogatório.

Junior Bolinha também trocou acusações com o suposto mandante, Glaucio Alencar, apontado pela polícia como chefe da quadrilha. Neste caso, a discussão foi sobre a morte de Fábil Brasil, empresário do Piauí que também teria sido morto pela quadrilha de agiotas que encomendou a morte do jornalista Décio Sá. A razão para a morte de Sá, inclusive, seria pelas denúncias a respeito dessa quadrilha em seu blog.

A acareação entre o suposto mandante e o homem que teria contratado o pistoleiro para cometer os dois crimes termina com a ironia de um dos acusados. “Vamos fazer o seguinte: vamos dizer que o mandante é o coelhinho da páscoa. Se não tem o mandante, prende o coelhinho da páscoa”, afirmou Glaucio Alencar.
Agiotagem
Os depoimentos colhidos durante as investigações dos assassinatos levou a polícia a descobrir que a quadrilha acusada dos crimes mantinha um esquema de agiotagem e corrupção em prefeituras que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos, fraudando licitações nas áreas de saúde, merenda escolar e aluguel de máquinas.

“Essas quadrilhas emprestavam dinheiro a gestores municipais durante o período eleitoral, depois cobravam juros extorsivos a esses gestores e através de notas frias simulavam vendas às prefeituras, de medicamentos e merenda escolar. Através dessa simulação de comércio feito com essas prefeituras, conseguiam recuperar seus investimentos”, disse o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes
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