O conselho pediu ao
país uma política efetiva de combate às chamadas bandas criminais
A Colômbia recebeu hoje (23) respaldo do Conselho
de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) ao processo de paz
com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e pagamento de
indenizações relativas à posse e uso de terra. Ao todo, 81 países estiveram
presentes na reunião do conselho, em Genebra.
O conselho pediu ao país uma política efetiva de
combate às chamadas bandas criminais (Bacrims) - consideradas os novos
paramilitares. Estes grupos controlam o narcotráfico e cometem crimes em
algumas regiões da Colômbia.
Durante a reunião, a delegação de 30 pessoas,
liderada pelo vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, apresentou um
relatório do que a Colômbia tem feito para solucionar o conflito armado e para
reparar as vítimas de violações de direitos humanos.
O conselho recebeu com otimismo as notícias sobre o
andamento das negociações de paz entre o governo e as Farc. Mas recomendou que
o país esteja atento não só ao crescimento das Bacrins, como também à questão
do Foro Militar - projeto de lei que, segundo juristas colombianos, pode
permitir a impunidade no julgamento de casos de execuções que ocorrem no país.
Um dos casos mais recentes é o que militares teriam executado jovens e
declarado que as mortes ocorreram no âmbito do conflito armado, conhecidos como
"falsos positivos". A Justiça colombiana avalia alguns destes casos.
Segundo parentes das vítimas, homens do Exército teriam, inclusive, vestido as
pessoas com roupas de guerrilheiros, para justificar os crimes.
A Polônia e a Áustria pediram que o governo
colombiano "não permita que estes crimes fiquem impunes e façam com que o
país, caminhe um passo para trás". Vários países também pediram maior
atenção quanto à aplicação de medidas de proteção para as mulheres que vivem no
contexto do conflito armado.
Com respaldo da comunidade internacional e da
sociedade civil colombiana, as negociações do processo de paz entraram hoje no
quarto ciclo de debates em Havana (Cuba). O tema em discussão, desde o início
do ano, é o desenvolvimento agrário, o primeiro de uma lista de cinco assuntos.
A expectativa do presidente Juan Manuel Santos é conseguir fechar um acordo de
paz com as Farc até dezembro deste ano.
Fonte: Agência Brasil
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