Testemunha diz que jovem agrediu motorista de ônibus que caiu no Rio


Testemunha diz que jovem agrediu motorista de ônibus que caiu no Rio


Ônibus caiu de um viaduto deixando 7 mortos e 11 feridos no Rio de Janeiro. (Foto: Sergio Moraes/Reuters)Ônibus caiu de um viaduto deixando 7 mortos e 11 feridos no Rio de Janeiro. (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

Polícia ouviu sobreviventes e motorista; 7 pessoas morreram no acidente.
Passageiros relatam que ônibus estava em alta velocidade.

O delegado que investiga a queda do ônibus 328 do Viaduto Brigadeiro Trompowski, na Avenida Brasil, perto da Ilha do Governador, no Rio, na tarde desta quarta-feira (3), disse que a agressão de um jovem ao motorista pode ter causado o acidente que deixou sete mortos. José Pedro Costa da Silva, titular da 21ª DP (Bonsucesso), ouviu sobrevivente, inclusive o motorista do veículo, e contou que os primeiros relatos confirmam a discussão entre os dois e que o veículo estava em alta velocidade. As informações são do Jornal da Globo

O motorista do ônibus, André Luiz Souza Oliveira, de 33 anos, está internado com fratura na perna, traumatismo craniano e em estado de choque. O quadro dele é estável. O delegado José Pedro Costa da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso) chegou a conversar com ele, mas quer ouvi-lo de novo porque disse que o motorista não estava em condições de prestar depoimento.
“Nós temos duas testemunhas que estão lúcidas, mas que nos falaram que ele vinha em alta velocidade e isso causou a insatisfação de um passageiro por ele não ter parado no ponto”, conta o delegado .
Nelson Martins e o balconista Arioslvado Lima estavam no ônibus que caiu do viaduto. Eles desceram momentos antes do acidente e contaram uma história que pode ajudar a revelar o que aconteceu.
De acordo com o relato das testemunhas, um homem não conseguiu descer onde desejava e, a partir daí, começou uma discussão. Segundo uma das testemunhas, o homem pulou a roleta e passou a gritar com o motorista, que também se exaltou. As duas testemunhas, então, deixaram o ônibus.

“O motorista parou, levantou, discutiu verbalmente, xingando palavrões, e os passageiros começaram a reclamar, que moram longe e tal, ele seguiu adiante. Ao descer eu olhei para trás, eu vi os dois discutindo, principalmente o passageiro, fazendo gesto e tal”, conta Ariosvaldo.
“A única coisa do ônibus que eu ouvi quando desci foi motorista falando 'você não vai pular de volta não, então você vai comigo até o Centro'”, conta Nelson.
O ônibus tinha uma câmera interna que registrou tudo o que aconteceu dentro do veículo e a câmera já está com a polícia. A perícia já foi feita no local do acidente e a polícia tenta agora localizar o passageiro que teria brigado com o motorista.

“Vamos apurar também a responsabilidade desse passageiro que agrediu e ver a extensão dessa agressão teria sido um chute e que ele teria dado sinais de desmaio”, diz o delegado.

Sobreviventes relatam alta velocidade
Os sobreviventes do acidente disseram que o veículo estava em alta velocidade quando caiu do viaduto sobre a Avenida Brasil, no Subúrbio do Rio.

A filha caçula de Marcius Flávio nascimento, de 42 anos, um dos sete mortos no acidente, faz um ano nesta quarta-feira (3). Os planos de comemoração foram brutalmente interrompidos.
“Ele era um pai de família dedicado, um marido amoroso e vai fazer muita falta. O que eu vou dizer pra minha filha de quatro anos?”, diz a esposa de Marcius, Michele Nascimento.
Além de Marcius, também morreram no local: José Adailton de Jesus, 42 anos, Ângela Maria Reis da Silva, 62 anos, Luis Antônio do Amaral, 41 anos, Francisco Batista de Souza, de 40 anos, Oseias da Silva Cardoso, de 39 anos e Luciana Chagas da Silva, que ainda não teve a idade confirmada.
O ônibus ficou amassado, como se fosse de papel. Os bombeiros de seis quartéis foram mobilizados para salvar vidas.
O acidente aconteceu no viaduto que liga a Ilha do Governador, onde fica o Aeroporto Internacional Tom Jobim, e a Avenida Brasil, uma das principais vias de acesso do Rio. O ônibus despencou de uma altura de dez metros.

'Primeiro a chegar'
O motorista Fernando Almeida conta que ajudou a socorrer as vítimas. “Eu vi como se fosse uma cena de terror. Eu estava do outro lado da pista e ali eu escutei como se fosse barulho de um granada ou de uma bomba e quando eu olhei para o outro lado eu vi a cena o ônibus de cabeça pra baixo. Então na hora que passou pela minha cabeça. Ali no momento eu não pensei duas vezes, atravessei a seletivas e fui a primeira pessoa a chegar. Entrei no ônibus, as pessoas gritavam, outras já estavam mortas, consegui puxar algumas pessoas”, conta o motorista Fernando Almeida



O veículo só foi retirado da Avenida Brasil quase três horas depois da queda, o que causou um caos no trânsito da cidade. No Instituto Médico Legal (IML), havia uma dolorosa espera dos parentes das vítimas pela liberação dos corpos. Nos hospitais, os parentes das vítimas buscavam notícias.
“Eu soube pela minha nora que ligou pra mim. Meu filho falou que só a cabeça, que acho que é na cabeça, faz a transferência pra uma cirurgia, que meu filho é da marinha”, conta a aposentada Elzemir Campos Leite

“Quando eu atendi ao telefone, que ela ligou, ela pediu que eu viesse correndo pro hospital, que ela tinha sido cuspida quando o ônibus. Ela teve uma fissura da coluna e foi uma que eu dessas vítimas que não aconteceu coisa mais grave”, diz o padrasto de uma das vítimas,Manuel Monteiro.

Hospitalizados
O Hospital de Bonsucesso recebeu uma ferida, uma jovem de 17 anos que estava com o corpo pintado, já que tinha acabado de sair do trote da faculdade. A menina, que não teve o nome revelado, sofreu fratura na clavícula e traumatismo craniano. Ela está em observação e vai passar pelo exame de tomografia. Uma mulher de de 59 anos também foi encaminhada à unidade porque passou mal ao presenciar o acidente. Como não estava no ônibus, essa paciente não entra na contagem do Corpo de Bombeiros.

No Hospital Souza Aguiar, no Centro, deram entrada dois passageiros, um homem e uma mulher. A assessoria da unidade informou que o homem sofreu fratura no fêmur e a mulher está com escoriações no braço.
Também foram levadas quatro vítimas para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. A Secretaria estadual de Saúde informou que deram entrada três homens e uma mulher. Um dos pacientes, que ainda não foi identificado, chegou em estado gravíssimo e foi levado diretamente para o centro cirúrgico. Ainda não há informações sobre o estado de saúde.
Dois feridos chegaram de helicóptero ao Hospital Miguel Couto, na Zona Sul. Eles sofreram politraumatismo e estão em estado grave. Outras duas vítimas foram encaminhadas ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense. A Secretaria estadual de Saúde informou que uma das pacientes é uma mulher, que está em estado muito grave. A outra vítima chegou de helicóptero ao local e ainda não havia sido identificada até as 19h.
O ônibus, da Viação Paranapuã, do Consórcio Internorte, fazia a linha 328, Bananal-Castelo. O veículo ficou com as rodas para cima.

Câmera de segurança
A Secretaria de Transportes, o Centro de Operações e a empresa de ônibus verificavam se o veículo possuía câmera de segurança, para apurar as causas do acidente e verificar sobre a possível discussão entre motorista e passageiro.

Discussão
Um passageiro que saltou um ponto antes do local do acidente, disse que o motorista estava discutindo com um homem que pulou a roleta. O passageiro disse que desceu do ônibus com medo da briga.





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