“Este requerimento, para mim, é essencial para esclarecer todas as acusações que fizeram acerca da minha participação em crimes de agiotagem, assassinato e grilagem durante o meu mandato”, afirmou o deputado.

De maneira enfática, ele acrescentou: “Registro esta minha solicitação de que eu seja convocado, para responder junto à Comissão de Ética por processo disciplinar das acusações que estão sendo feitas quanto a minha pessoa”.
Cutrim afirmou ainda que, sendo convocado pela Comissão de Ética, espera ser submetido a uma acareação com as pessoas envolvidas no assassinato do jornalista Décio Sá, dentre elas Gláucio Alencar, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio Alencar, indicado também como mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido também como Capita, ex-subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o jornalista; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha, suspeito de participar do crime; José Raimundo Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, suspeito de intermediar as ações do crime; além de Jhonatan de Sousa Silva, assassino confesso do jornalista, morto a tiros no dia 23 de abril de 2012, em um bar da Avenida Litorânea.
O deputado Raimundo Cutrim sugeriu ainda que a Comissão de Ética faça a convocação, também, do secretário de Segurança Pública do Estado, Aluísio Mendes, e de três delegados da Polícia Civil – Roberto Mauro Larrat, Jeffrey Paula Furtado e Maymone Barros Lima –, apontados como autores da montagem de uma farsa para que o nome do deputado Cutrim fosse citado no inquérito policial que apurou o assassinato do jornalista Décio Sá.
“Será na Comissão de Ética que vou esclarecer a razão de tudo isso, o responsável e porque tamanha injustiça”, ressaltou Cutrim. Ele afirmou ainda que já constituiu o advogado José Antonio Almeida, para processar o Sistema Mirante de Comunicação por danos morais.
“Reitero, uma vez, o pedido a todos os deputados para que apoiem os meus requerimentos, para que a justiça possa ser aplicada de maneira correta”, afirmou Cutrim, ao final de seu discurso.
Manifestações do plenário – Logo após o pronunciamento do deputado Raimundo Cutrim, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), disse que a Mesa Diretora irá apreciar o requerimento que pede a CPI da Agiotagem, com a colaboração da Procuradoria da Casa. “Vamos acompanhar todo o desenrolar destes fatos, para que se resguardem todos os direitos do deputado. Estamos atravessando, mais de um ano, este problema e em nenhum momento, nos descuidamos sabendo da gravidade deste fato mas, principalmente, da nossa responsabilidade, nos direitos e nas prerrogativas dos senhores deputados desta Casa”, ressaltou Arnaldo Melo.
Também com um breve pronunciamento, o deputado Neto Evangelista (PSDB) declarou que considera muito preocupante a denúncia formulada pelo deputado Raimundo Cutrim, pedindo investigação contra o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, e contra três delegados da Polícia Civil.
“Causa-me estranheza”, afirmou Neto Evangelista, “o fato de o secretário e os três delegados terem entrado com habeas corpus, pedindo o arquivamento dessa investigação. Portanto, um relatório oriundo da Secretaria de Segurança, em relação aos fatos que estão sendo denunciados, pode até mesmo deixar que pairem dúvidas sobre esta Casa e sobre alguns de seus membros”.
Neto Evangelista disse ainda que, se não houver assinaturas suficientes para a abertura da CPI da Agiotagem, a Assembleia Legislativa deve tomar uma posição, podendo até mesmo sugerir que este caso passe a ser apurado pela Polícia Federal.

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