'Brasil tem que limpar a casa, impeachment não basta', diz presidente de consultoria de risco dos EUA


A saída de Dilma não permitiria uma solução imediata ao Brasil. (O vice-presidente) Michel Temer enfrentaria uma série de problemas econômicos e políticos caso venha a se tornar presidente, e não há garantia de que eleição antecipada em uma sociedade extremamente polarizada produziria um vencedor suficientemente forte que permita ao país avançar. O Brasil tem provavelmente um futuro brilhante pela frente, mas esse futuro ainda não está visível.
BBC Brasil - Durante o governo Lula, o Brasil era a estrela das economias emergentes. Agora, enfrenta uma recessão severa, a pior em 25 anos. O Sr. acredita que Lula poderia contornar esse cenário?

Bremmer - Não. A imagem de Lula está significativamente danificada pelos acontecimentos das últimas duas semanas. A virada no Brasil dependerá de como o país conseguirá mudar a cultura da corrupção. Isso vai levar tempo, mas é possível. O Brasil conseguiu alcançar grandes feitos no campo da economia, ao promover sua diversificação e ampliar seus parceiros comerciais internacionais. Isso precisa continuar. Deve haver mudança constitucional para dar ao governo maior capacidade para estabelecer uma política macroeconômica sem reverter os ganhos que os mais pobres conquistaram nos últimos anos. E não podemos esquecer que o investimento na infraestrutura do país tem de continuar.

 O que o Brasil precisa para recuperar a confiança do mercado?

Bremmer - Limpar a casa. O impeachment produziria uma solução de curto prazo, mas isso não é o bastante, porque a Lava Jato implica grande parte da elite política e econômica do país. Novas eleições podem oferecer um novo começo, mas a solução está na aprovação de reformas, cruciais para a recuperação da confiança do mercado.


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