- Certificação nacional como zona livre de
febre aftosa diminuiu as restrições à comercialização do gado maranhense para
abate e abriu mercado com 25 estados brasileiros.
A redução nas
restrições de comercialização da carne maranhense com outros estados
brasileiros após a Classificação Nacional de Zona Livre de Febre Aftosa com
Vacinação começa a surtir efeito para a pecuária maranhense. Dois mil
animais mestiços da raça nelore da Fazenda Serra Vermelha, do município de
Sambaíba, serão enviados para abate imediato em Araguaína, no Tocantins.
A equipe da
Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão de Balsas (Aged), órgão vinculado à
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), já fez a
inspeção dos animais, conforme solicitado pelo Mapa e está aguardando a
resposta do órgão. “Nós estamos esperando a liberação do Governo Federal para
dar início à quarentena dos animais, por um período de 30 dias”, explicou o
fiscal agropecuário da Aged, Karlos Yuri Fernandes Pedrosa.
Antes da
classificação, os animais destinados ao abate tinham que ser submetidos a
exames sorológicos durante o período de quarentena, realizada no Maranhão e no
estado de destino. Em alguns casos os exames eram repetidos no destino, ficando
a critério do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Com o novo status
sanitário, o gado fica em quarentena apenas no Maranhão, de acordo com a
Instrução Normativa 36 do Mapa, de setembro deste ano, já adaptada para os
estados que foram classificados nacionalmente como zona livre de febre aftosa
com vacinação, como é o caso do Maranhão, Piauí, Paraíba, Ceará, Rio Grande do
Norte, Alagoas, Pernambuco e Pará.
A certificação
ampliou as opções de mercado para comercialização do gado maranhense para abate
imediato - que antes estava restrita a 10 estados - para 25 estados do Brasil.
Na vistoria, os
fiscais da Aged informaram ao Mapa os dados do proprietário, da propriedade,
incluindo suas características geográficas, como georreferenciamento,
confrontantes e meios de acesso, além de informações do quantitativo de
espécies da fazenda e registros sanitários de vacinação contra febre aftosa das
duas últimas vacinações, da imunização contra brucelose e ainda um croqui da
área onde os animais ficarão sob quarentena.
Após a quarentena,
os fiscais da Aged irão acompanhar o embarque dos dois mil animais, que serão
transportados como carga lacrada e com o Guia de Trânsito Animal (GTA) para
Araguaína, com a recomendação de que o gado é destinado para abate imediato.
O fiscal da Aged,
Yuri Pedrosa, afirmou que o gerente da fazenda, Fausto Henrique Queiroz, está
muito contente com o avanço obtido pelo estado do Maranhão como zona livre e
acredita na abertura de novos mercados num futuro próximo, principalmente com a
classificação internacional.
O secretário e
Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cláudio Azevedo, informou que
a classificação internacional junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
está prevista para acontecer em maio de 2014, durante a Assembleia Geral do
órgão. “Em meados de fevereiro o Maranhão será auditado por uma comissão da OIE
que vai verificar se o estado está apto a receber o certificado internacional,
que abrirá novos mercados para a pecuária maranhense, que tem uma predominância
de gado de corte”, complementou Cláudio Azevedo.
A Fazenda Serra
Vermelha já realiza trabalhos de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)
há cerca de 5 anos. As novas técnicas possibilitaram o aumento gradativo de
animais para abate, que iniciou com 500 e atualmente está confinando 6.000
animais.
“Nos últimos dois
anos, cerca de 80% da produção era destinada a um frigorífico da capital
maranhense e o restante para os municípios circunvizinhos e os estados do Piauí
e Pernambuco. Hoje, o panorama é diferente, sendo distribuído mais
uniformemente a estes destinos”, explicou Yuri Pedrosa.
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