Trabalhadores rurais que estão acampados
na fazenda Graciosa, na Região Tocantina do Maranhão, afirmam que estão sendo
ameaçados e pressionados para desocupar a fazenda. A fazenda fica a 40 km do
município de Senador La Roque.
Uma mulher, que preferiu não se
identificar, faz parte das 50 famílias que estão acampadas na fazenda Graciosa.
Ela diz que foi surpreendida por dois homens, um deles armado, que impediram
que ela, e outros trabalhadores rurais, saíssem do acampamento.
“Eles vieram de encontro comigo e pediram
para eu parar. Perguntaram para onde eu ia e eu disse que ia pescar. Então,
eles disseram que eu não iria pescar, nem voltar para minha casa, nem para
lugar nenhum. Disseram que eu tinha que obedecer e ficar ali e eu tive que
ficar, porque um deles puxou uma arma e botou no meu rosto. Todos que iam
chegando eles iam abordando e botando a arma no rosto das pessoas”, relata.
Seis homens, segundo a Polícia Militar,
saíram da fazenda depois que os PMS chegaram ao local, mas não foi apreendida
nenhuma arma. A área ocupada fica ao lado de um assentamento criado há 14
anos, o "Batata Da Terra". As famílias querem a ampliação, com mais
876 hectares, que incluem a sede da fazenda. Eles consideram os 310 hectares já
desapropriados pelo Incra insuficientes para o plantio.
O fazendeiro chegou a receber uma proposta
de indenização do governo, em 2003, mas não concordou com os valores a serem
pagos pelas benfeitorias e o processo de reforma agrária teria parado. Ele
briga na Justiça pela reintegração de posse.
Segundo o Incra, a fazenda Graciosa não
está em nenhum projeto de assentamento.Já os líderes do MST alegam que o
impasse se arrasta por mais de 10 anos. “As pessoas ainda trabalham na área sem
serem legalizadas pelo ‘Terra Legal’ ou pelo Incra”, conta a líder do grupo,
Giovânia Ferreira.
0 comentário "Trabalhadores rurais em Senador La Roque relatam que sofrem ameaças"
Postar um comentário
Deixe seu comentário