Peluso defende mudança na regra de aposentadoria no serviço público


Ministro participou nesta quinta de sua última sessão no Supremo.
Cezar Peluso se aposenta na próxima segunda porque completará 70 anos.

O ministro Cezar Peluso defendeu nesta quinta (30), após a última sessão da qual participou no Supremo Tribunal Federal, mudança na regra de aposentadoria no serviço público. Peluso será aposentado compulsoriamente na próxima segunda-feira, quando completará 70 anos.
O artigo 40 da Constituição prevê que servidores titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios serão aposentados compulsoriamente aos 70 anos de idade.
"Um país inteligente mudaria a regra de aposentadoria para o funcionalismo público, para não pagar duas vezes: para quem se aposenta e para quem chega para ganhar experiência. O Estado brasileiro, se fosse inteligente, já teria feito isso", disse o ministro.
Peluso afirmou ainda que poderia trabalhar por mais tempo e citou exemplos de ex-ministros que se aposentaram. "O ministro Aldir Passarinho é um dos homens mais lúcidos que tem. Está trabalhando na plenitude de suas forças e está aposentado há mais de 15 anos."
Perguntado sobre o que fará após a aposentadoria, Peluso disse não saber. Sobre os planos para o futuro, "é aguardar que o Corinthians ganhe o campeonato do mundo".
"Vou ficar trabalhando um pouco na área jurídica. Não sei direito o que vou fazer. Não vou deixar de trabalhar. Faz mal para a cabeça", declarou.
Em relação ao processo do mensalão, desejou que "se faça justiça". Afirmou que não fica frustrado de deixar o julgamento pela metade.
No final da sessão do STF desta quinta, a 17ª de julgamento do mensalão, recebeu uma homenagem. Depois disso, agradeceu aos colegas e afirmou que se sente "honrado" por ter integrado a corte por "nove felizes anos".
Antes do término da sessão, o presidente Ayres Britto disse que a corte tem "gratidão" a Peluso. "Pela honra do seu convívio, tão amigo, inspirador e instigante. E que ficará para sempre integrado ao nosso melhor patrimônio intelectual, espiritual, técnico."
Peluso já havia sido homenageado na quarta após dar seu último voto como ministro e disse que participou da sessão desta quinta em homenagem ao presidente do STF, ministro Ayres Britto, e aos demais colegas.
"Queria ter também o prazer de ter esta última coincidência formal dentro deste plenário, como tivemos nestes nove felizes anos. Não posso deixar de dizer que pertencer ao Supremo é uma honra. Poucos brasileitos da história tiveram a oportunidade de chegar a este posto. Ainda mais para um magistrado de carreira. É o coroamento a uma vida dedicada à magistratura", afirmou Peluso.
Ele afirmou que deixa a corte com a sensação de "dever cumprido". "Saio com consciência tranquila de dever cumprido. [...] O pouco que fiz, e fiz com amor, também se deve à colaboração de vossas excelências e de colegas que comigo conviveram e permitiram que fosse um aprendizado constante."
Cezar Peluso agradeceu a colaboração "de um número incontável de pessoas". "Correria o risco de omitir algumas e outras que não posso citar porque não sei quem são. A esses todos, conhecidos e desconhecidos, tenho que dizer que devo muito dessa conquista. Devo a vossas excelências e também ministros que já se aposentaram e a outros que não estão mais entre nós."

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