Reunião está prevista para as 16h desta quarta (28), na sede do TRT-MA.
Rodoviários, empresários e prefeitura vão discutir fim de paralisação total.
Uma nova reunião para
negociar o fim da greve dos rodoviários em São Luís será realizada às 16h desta
quarta-feira (28), na sede do Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão
(TRT-MA), na capital maranhense, segundo informações da Secretaria Municipal de
Trânsito e Transportes (SMTT).
Foram convocados
representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão
(Sttrema), do Sindicato das Empresas de Transporte (SET), Ministério Público
Estadual (MP-MA), Prefeitura de São Luís e governo do estado - os mesmos que
não chegaram a um consenso na reunião de quatro horas de duração realizada
nessa terça-feira (27).
Na primeira reunião, os
rodoviários apresentaram uma segunda proposta às empresas, diminuindo o
percentual de reajuste de 16% para 11% e mantendo os pedidos de reajuste do
ticket-alimentação para R$ 500 por mês, inclusão de um dependente no plano de
saúde e implantação de plano odontológico.
Mesmo assim, o SET não
cedeu e exigiu da Prefeitura de São Luís pagamento mensal de R$ 4 milhões para
diminuir o prejuízo alegado pelos empresários. No entanto, o secretário Canindé
Barros, da SMTT, disse que o Executivo não pode bancar esse repasse, apenas
medidas de médio e longo prazos, como a instalação de um sistema biométrico
facial que ajudaria a identificar os usuários dos cartões de transporte e
aqueles que têm direito ao passe livre. Outra proposta a ser estudada, em
parceria com o governo estadual, é a diminuição no ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre o valor do óleo diesel.
O secretário Canindé
Barros afirmou, em entrevista ao G1 concedida na manhã desta quarta-feira, que
está descartado um possível aumento da passagem de ônibus na capital
maranhense.
Internautas se mobilizam contra
possível aumento
A discussão sobre um possível aumento da passagem de ônibus iniciada com a greve dos rodoviários em São Luís levou internautas a se mobilizarem para realizar uma manifestação caso a alta no preço da tarifa se concretize. Intitulado 'Se a passagem de ônibus aumentar, São Luís vai parar', o evento do Facebook já tem 10 mil confirmações de aproximadamente 50 mil convidados, na manhã desta quarta-feira (28).
Segundo dia de paralisação total
Pelo segundo dia seguido, São Luís amanheceu nesta quarta-feira (28) totalmente sem ônibus nas ruas. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema), Gilson Coimbra, confirmou, no início da manhã, que a categoria vai continuar a paralisação total da frota na capital maranhense até que a situação dos trabalhadores seja resolvida.
Na terça-feira, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA)
aplicou multa de R$ 384 mil ao Sindicato dos Rodoviários pelo não cumprimento
de decisão proferida pela desembargadora do TRT-MA Ilka Esdra, que determinou
que 70% da frota circule em São Luís durante a greve. A penalidade é referente
aos quatro dias em que os rodoviários não cumpriram a liminar. Segundo a SMTT,
na última quinta-feira (22), apenas 35% da frota de ônibus circulou nas ruas,
enquanto na sexta (23) foram 59%; no sábado (24), 63%, e no domingo (25) o
movimento foi normal. Na segunda (26), a frota operou com 63% e, na terça, a
paralisação foi total.
Além da multa, o novo despacho da desembargadora determina
que o movimento grevista volte imediatamente ao trabalho. No entanto, até o
momento, o Sindicato dos Rodoviários foi oficialmente notificado da multa no
valor de R$ 96 mil referente apenas ao primeiro dia de paralisação.
Paralisação
O movimento grevista foi deflagrado após uma série de
reuniões entre o Sindicato dos Rodoviários e o SET, que representa as empresas.
Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho, não houve consenso sobre
o percentual de reajuste solicitado pelo rodoviários.
Durante as negociações, o SET não apresentou propostas. Em
entrevista coletiva concedida no primeiro dia do movimento, o presidente do
sindicato das empresas, José Luiz de Oliveira Medeiros, disse que os
empresários não têm como bancar qualquer reajuste ou benefício. Segundo ele,
desde o fim de 2009, a cada mês os empresários acumulam um prejuízo superior a
R$ 9 milhões. "Lamentavelmente, ir a uma negociação sem condições de
oferecer nada é desgastante para as duas partes. Por isso é que não foi possível
esse entendimento", argumentou.
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