Reunião termina sem acordo e rodoviários continuam greve no MA

Reunião foi realizada na tarde desta terça-feira (27), em São Luís (Foto: Biné Morais/O Estado)

Empresários e rodoviários se reuniram por mais de 4 horas em São Luís.
Movimento diz que vai continuar com paralisação de 100% da frota.

 Representantes dos sindicatos dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) e das Empresas de Transporte (SET) não chegaram a um consenso quanto ao reajuste salarial e outros benefícios exigidos pelos rodoviários nesta terça-feira (27) no Maranhão.. Com isso, mesmo após quatro horas de reunião, a paralisação total da frota de ônibus continua em São Luís. Além dos sindicatos, a rodada de negociação reuniu - na Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) - representantes dos ministérios públicos Estadual (MP-MA) e do Trabalho (MPT-MA), Prefeitura de São Luís e Governo do Estado.
Inicialmente, os rodoviários exigiam 16% de aumento salarial; reajuste do ticket-alimentação para R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação do plano odontológico. Já na reunião desta tarde, a categoria apresentou uma contraproposta, diminuindo o percentual de reajuste para 11% e mantendo os demais pedidos. Mesmo assim, os empresários alegaram não poder cumprir esta nova proposta. “Eles não aceitaram e disseram que têm um grande prejuízo a cada mês”, disse o secretário-administrativo do Sttrema, Isaías Castelo Branco.
O SET exigiu um pagamento mensal de R$ 4 milhões da Prefeitura de São Luís, como uma espécie de contrapartida que diminuiria esse prejuízo alegado pelos empresários. No entanto, o secretário Canindé Barros (SMTT) disse que o Executivo não poderia bancar o repasse, apenas medidas em médio e longo prazo, como a instalação de um sistema biométrico facial que ajudaria a identificar os usuários dos cartões de transporte e os que possuem direito ao passe livre. Outra proposta a ser estudada, em parceria com o governo estadual, é a diminuição no ICMS cobrado sobre o valor do óleo diesel.
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Paralisação
O movimento grevista foi deflagrado após uma série de reuniões entre o Sindicato dos Rodoviários e o das Empresas (SET). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelos rodoviários. Os trabalhadores pedem 16% de aumento salarial; reajuste do ticket-alimentação para R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação do plano odontológico.
Durante as negociações, o SET não apresentou propostas. Em entrevista coletiva realizada no primeiro dia do movimento, o presidente do SET, José Luiz de Oliveira Medeiros, disse que os empresários não têm como bancar qualquer reajuste ou benefício. Segundo ele, desde o fim de 2009, a cada mês os empresários acumulam um prejuízo superior a R$ 9 milhões. “Lamentavelmente ir para uma negociação sem condições de oferecer nada é desgastante para as duas partes. Por isso é que não foi possível esse entendimento”, argumentou.
Multa do TRT-MA
Nesta terça-feira (27), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) aplicou um total de R$ 384 mil em multas ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) pelo não cumprimento de decisão proferida pela desembargadora do TRT-MA, Ilka Esdra. A penalidade é referente aos quatro dias em que o Sttrema não cumpriu a liminar assinada pela desembargadora: quinta-feira (22), sexta (23), segunda (26) e terça-feira (27).
A desembargadora chegou a este cálculo após ser comunicada oficialmente pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT). Pelos números repassados pela secretaria, no primeiro dia de greve apenas 35% da frota de ônibus circulou por São Luís. No dia seguinte, 59%; no sábado e domingo a frota circulou normalmente; ontem, 63%; e, nesta terça, a paralisação foi total.
Além da multa, o novo despacho da desembargadora determina que o movimento grevista cesse imediatamente. No entanto, até o momento, o Sindicato dos Rodoviários foi oficialmente notificado da multa aplicada apenas no primeiro dia de paralisação. Na quinta-feira (22), a desembargadora determinou que 70% da frota circulassem nos dias de greve. Caso contrário, uma multa de R$ 4 mil seria aplicada por hora descumprida - o que de fato, ocorreu.
Transporte alternativo
Com a paralisação total dos ônibus, os passageiros precisaram usar o transporte alternativo nesta terça. A movimentação de vans e mototaxistas nas ruas da capital foi intensa durante o dia.
Raimundo Abreu é mototaxista há 12 anos. Ele disse que a greve dos rodoviários fez diminuir o movimento. "Quando a greve é de repente, ainda aumenta. Mas quando é assim, anunciada, todo mundo já se programa, já arruma uma carona. A gente trabalha aqui na frente do terminal, do lado de uma parada e quem pega a moto é o pessoal que chega aqui. O terminal aí tá vazio e tá cheio de moto aqui. Ontem, nesse mesmo horário, não tinha uma", declarou




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