SÃO LUÍS — Criminosos possivelmente orientados por presidiários do
Complexo Penitenciário de Pedrinhas voltaram a agir na noite de domingo e na
madrugada desta segunda-feira em São Luís (MA). Quatro ônibus, três deles
estacionados na garagem de uma empresa e outro que fazia um frete, e ao menos
seis carros foram incendiados. Ninguém ficou ferido.
Na tarde de sábado,
bandidos já haviam ateado fogo em seis ônibus em bairros de São Luis, e em São
José de Ribamar (cidade vizinha a São Luís), o que fez com que a direção do
Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema)
decidisse paralisar a circulação dos ônibus e mandasse os motoristas recolher
os veículos para as garagens.
Os coletivos voltaram
a circular no domingo, e também estão nas ruas nesta segunda-feira. O
presidente do Sttrema, Gilson Coimbra, disse na manhã de hoje ao GLOBO que a
diretoria do sindicato vai se reunir às 9h para avaliar a situação, mas que
"uma nova paralisação da frota está descartada, pelo menos hoje".
Entre a noite de
sábado e a madrugada desta segunda-feira, 14 pessoas já foram detidas (entre
elas, cinco adolescentes), suspeitas de envolvimento nos atentados a ônibus e
carros.
Os novos ataques
começaram às 21h de domingo, quando um ônibus fretado por integrantes de
apresentações de bumba meu boi foi incendiado no bairro da Alemanha, em São
Luís. Mais tarde, às 0h40, os criminosos incendiaram quatro carros que estavam
estacionados numa garagem de propriedade da Secretaria de Estado da Segurança
Pública (SSP), próximo ao 3º Distrito Policial (DP), no bairro Radional.
Pouco depois, três
ônibus foram queimados na garagem da empresa Gonçalves e, já no fim da
madrugada, criminosos invadiram a concessionária de veículos Adivel, na Avenida
dos Africanos (bairro do Coroadinho), e incendiaram dois veículos seminovos –
uma Hilux e um jipe.
O Fórum da Raposa
(município localizado a 24 km de São Luís) também foi atacado a tiros, na
madrugada, por dois homens que ocupavam uma moto, segundo informaram
testemunhas.
Ouvido pelo GLOBO no
sábado, o coronel Marco Antônio Alves, comandante do Policiamento da Área
Metropolitana 1 (CPam 1), afirmou que, pela característica dos ataques,
"tudo indica" que as ordens para incendiar os veículos "partiram
de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas".
Segundo ele, o motivo
seriam as novas medidas disciplinares e a transferência de presos para o
Presídio São Luís 3 – recém-inaugurado na comunidade Maruaí, na zona rural de
São Luís, a poucos quilômetros de Pedrinhas.
— Há muito tempo
estávamos sem registro desse tipo de ataques. Foi só iniciarmos as
transferências de presos que isso aconteceu — disse o coronel Alves.
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