O Governo do Maranhão e o
Ministério Público Estadual firmaram, na manhã desta segunda-feira (26),
acordo judicial estabelecendo prazo de 90 dias para a Secretaria de Estado da
Educação (Seduc) apresentar um levantamento da carência de professores na rede de
educação, apresentando cronograma com todas as etapas do concurso público para
a área. O edital deve ser lançado até agosto deste ano.
As medidas foram assinadas pelos
promotores de justiça Maria Luciane Lisboa Belo (1ª Promotoria de Justiça
Especializada na Defesa da Educação), Lindonjonson Gonçalves de Sousa
(Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa),
pela secretária de Estado da Educação, Áurea Regina dos Prazeres; e pelo
procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia.
Também foi estabelecido que os 4.990
contratos temporários dos professores em atividade serão mantidos,
excepcionalmente, até fevereiro de 2016 ou até a nomeação dos aprovados no
concurso público.
Como medida extraordinária para assegurar o direito
à educação dos alunos e o cumprimento dos 200 dias letivos de aula, será
realizado novo processo seletivo simplificado para preenchimento de 1 mil vagas
de professor. O objetivo é evitar a interrupção do ano letivo.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Em março de 2012, o promotor de justiça de Defesa
da Educação, Paulo Silvestre Avelar Silva, ajuizou Ação Civil Pública contra o
Estado do Maranhão questionando a abertura de processo seletivo simplificado
para contratação de docentes, com o objetivo de garantir a realização de
concurso público. A ação tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública.
Com o acordo, o Estado do Maranhão reconhece a
necessidade de realizar o certame e contratar docentes por meio do concurso
público. “Esse é um momento histórico, pois o Ministério Público consegue
suspender uma demanda judicial e garantir o respeito à Constituição Federal”,
avaliou Luciane Belo.
Presente à assinatura do acordo, o promotor de
justiça Paulo Avelar destacou que a intenção do Ministério Público sempre foi
assegurar o cumprimento da lei e os direitos dos estudantes. “A educação deve
ser planejada e o corpo docente selecionado por concurso. Estamos satisfeitos
com o encaminhamento do caso”.
No mesmo sentido, o promotor Lindonjonson Gonçalves
enfatizou que construir a qualidade na escola pública é dever de todos. “Esse
acordo inicia uma correção de distorções e trata a escola pública como vetor de
qualidade.
Já o procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia,
enfatizou que, por convicção do governador e de toda a equipe do Poder
Executivo Estadual, o Estado não vai manter demandas judiciais que contrariem o
interesse público. “O Estado do Maranhão se posiciona, agora, como um
realizador espontâneo dos direitos fundamentais”.
Para a secretária de Estado da Educação, Áurea
Prazeres, a parceria com o Ministério Público é fundamental para refletir e
planejar, a médio e longo prazo, a educação. “Com esse acordo, estamos
cumprindo a obrigação do Estado. A educação merece respeito.
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