Escapar da execução é o sonho de 3 mil detentos que
esperam no corredor da morte nos EUA. Mas 15 anos após sair da lista, Osvaldo
se arrependeu.
A poucos quilômetros do
litoral da Flórida, tudo o que o brasileiro Osvaldo Almeida vê pela janela são
grades e arames farpados. Foi em uma sala da prisão da cidade de Century que
ele falou com a equipe do Fantástico, depois de um mês de negociações com as
autoridades. “Já paguei”, ele afirma.
O brasileiro tem 41
anos e está preso há 21. Ele foi condenado à pena de morte depois de cometer
três assassinatos, todos na região de Fort Lauderdale, perto de Miami, nos anos
1990. Uma história que o fantástico mostrou 18 anos atrás.
Em outubro de 1993, ele
matou a prostituta Marilyn Leath. Uma semana depois, assassinou com tiros outra
prostituta, Chequita Kahn. A última vítima foi Frank Ingargiola, gerente de um
bar que se negou a vender bebida para Osvaldo.
O arrependimento não sensibilizou a Justiça americana nem
a família das vítimas. Na época, a viúva do gerente disse que, sim, Osvaldo
merecia a pena de morte. Nem ele discordava. “Eu mereço a pena de morte pelos
meus crimes”, disse, à época.
De lá para cá, muita
coisa mudou. Osvaldo foi transferido de prisão várias vezes, já não usa o
uniforme laranja dos condenados à morte. É que ele recorreu da sentença e
conseguiu o que parecia impossível: reverter a pena para prisão perpétua.
Na decisão que mudou a sentença, o juiz disse que a
polícia cometeu erros que podem ter influenciado no julgamento. Escapar da
execução é o sonho de 3.019 detentos que hoje esperam no corredor da morte nos
Estados Unidos. Mas 15 anos depois de apelar e sair da lista de condenados à
morte, Osvaldo se arrependeu. “Eu pensei que a prisão ia ser melhor, vida é
melhor que morte, mas eu não sabia como ia ser a vida na prisão. Não tem nada
para fazer. Aqui é exercício, assistir televisão e ler”, ele diz.
0 comentário "Brasileiro se arrepende de ter revertido pena de morte para prisão perpétua"
Postar um comentário
Deixe seu comentário