MARANHÃO – O
ex-secretário da Casa Civil do Governo do Maranhão, João Abreu, foi indiciado
pela Polícia Civil do Estado por corrupção. Segundo a investigação, ele teria
recebido R$ 3 milhões em propinas para garantir que o governo estadual fizesse
o pagamento no valor de R$ 134 milhões à empresa Constran-UTC Engenharia.
No documento, com data
de 10 de agosto – assinado pelos delegados Luiz Augusto de Macedo Mendes,
Odilardo Muniz Lima Filho e Danilo Veras Gonçalves, e pelo superintendente
Estadual de Investigações Criminais, André Luis Gossain – foram indiciados
ainda o doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes, Adarico Negromonte e o
corretor Marco Antonio Ziegert que, segundo a polícia, seria o elo entre Youssef
e o governo do Maranhão.
Ainda de acordo com a
Polícia Civil, foram necessárias três viagens de Negromonte e Ângulo a São Luís,
a pedido de Youssef, para o envio do dinheiro vivo, que teria sido escondido no
próprio corpo.
O documento revela
também o secretário havia reclamado da falta de R$ 1 milhão, o que teria
motivado a viagem de Youssef a São Luís. O doleiro foi preso pela Polícia
Federal em 17 de março de 2014, em um hotel localizado no bairro da Ponta do
Farol, bairro de alto padrão da capital maranhense. Na oportunidade, Ziegert
não foi preso e logrou entregar o restante da propina aos integrantes do
governo do Maranhão.
A Secretaria de Estado
de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) informou por meio de nota enviada ao
G1 que o “Caso Constran”, ocorre sob sigilo judicial. “No momento oportuno, o
delegado André Gossain, presidente da comissão que conduz o inquérito se
pronunciará”, avisa a assessoria do órgão.
Gestão anterior
Em nota enviada ao G1,
a gestão anterior do governo do Maranhão esclarece que “no caso do precatório
da CONSTRAN S/A, a empresa tinha um crédito contra o Estado do Maranhão de R$
113.366.859,81” e que, após acordo, o montante foi dividido em 24 parcelas
mensais, excluindo o pagamento dos juros e correção monetária.
Ainda de acordo com a
gestão, o acordo representou economia para o Estado do Maranhão no valor de R$
28,9 milhões. “Não houve qualquer ilegitimidade do ato. O Governo atendeu ao
interesse público. Não houve quebra da ordem cronológica de precatório já que
todos os credores anteriores à CONSTRAN já haviam recebido os seus créditos”, completa
a nota.
Abreu nega
A assessoria do
ex-secretário João Abreu afirmou ao G1, por meio de nota, que “a sua inclusão
no processo é indevida, e nega, veementemente, ter recebido propina de qualquer
valor, fosse do doleiro Alberto Youssef, fosse de qualquer outra pessoa ou
fonte, no exercício do cargo de Secretário de Estado ou em razão dele”. A
equipe do ex-secretário explica que, como o inquérito corre em sigilo, João
Abreu e seus advogados de defesa estão impedidos de dar maiores esclarecimentos
sobre o caso.
Portal do Munim
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