Para
o ex-secretário da Casa Civil João Abreu, o seu indiciamento pela Polícia Civil
do Maranhão é um ato político. Ele é suspeito de receber propina para agilizar
pagamento de precatório à empreiteira Constran. Em nota enviada à redação, Abreu diz que o
indiciamento não tem "fundamento sólido" e "já era
esperado".
"O
indiciamento não é acusação. Mas mera colheita dos dados de identificação de
alguém que, na opinião da polícia, reúne indícios de ter sido o autor do ato
sob investigação. Ele não gera processo, que só é instaurado com a denúncia
oferecida pelo Ministério Público, se recebida pelo Judiciário", explicou.
"É injusto e motivado por decisão política", completa.
Abreu
nega qualquer irregularidade e se diz tranquilo em relação às denúncias. Para
ele, tudo se resume à afirmação do doleiro Alberto Yusself, preso na operação
Lava Jato, e não há provas.
João
Abreu é acusado de receber R$ 3 milhões em propina, em troca do pagamento do
precatório à Constran, que chegava à R$ 134 milhões. Ele nega. "Não há
comprovação alguma da materialidade desse delito, e sua declaração é,
inclusive, desmentida por pessoas de quem se teria servido como portador da
entrega do numerário."
Ainda
em nota, o ex-secretário diz que o pagamento à Constran obedeceu o trâmite
legal, com longo processo judicial e pareceres favoráveis tanto da Secretaria
de Planejamento quanto da Procuradoria Geral do Estado.
"Caberá
agora ao Ministério Público Estadual analisar se me acusa ou não, com os parcos
elementos contidos no inquérito. De minha parte, cabe aguardar o desdobramento
desse funesto episódio, para o qual conto com o apoio de minha família e de
amigos leais que nunca me faltaram nos momentos difíceis da minha vida",
finaliza.
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