Nelson Mandela (1918-2013): uma vida para a história da humanidade
Nascido
numa família da nobreza tribal era um dos 13 filhos da terceira mulher de Nkosi
Mandela, um influente chefe do povo Thembu, do clã dos Madiba. Órfão de pai ao
9 anos, Mandela é enviado para a vila capital da região, onde passa a
frequentar a escola vizinha à residência real, confiado aos cuidados do regente
do povo Tembu. Após a conclusão dos estudos secundários em Fort Beaufort,
muda-se para Alice, em Porto Elizabeth, onde ingressa na faculdade de Direito.
Logo no
primeiro ano do seu curso, começou a sua luta contra o regime da apartheid,
regime que segregava os negros, a quem não era reconhecida a maioria dos
direitos políticos, económicos e sociais. Líder de um movimento estudantil que
militava contra as políticas segregacionistas, foi expulso da universidade,
facto que o levou a transferir-se para a Universidade da África do Sul (UNISA),
em Johanesburgo, onde terminou o curso de Direito por correspondência.
Aos 24
anos uniu-se ao Congresso Nacional Africano (CNA), para em 1944 fundar, comWalter Sisulu e
Oliver Tambo a Liga Jovem do CNA .
Da Carta
da Liberdade a comandante do MK Com a vitória dos afrikaners (Partido Nacional)
nas eleições de 1948, que apoiava o reforço das políticas de segregação racial,
Mandela tornou-se mais ativo no seio do CNA, iniciando um longo caminho de luta
que levaria à aprovação, no Congresso do Povo em 1955, da Carta da Liberdade,
documento guia do programa político fundamental para a causa anti-apartheid.
O
massacre de Sharpeville, em Março de 1960 - onde a polícia abriu fogo direto
sobre manifestantes negros matando 69 pessoas e ferindo 180 - marca a viragem
da ação política por meios não violentos para a fase da luta armada. Em 1961,
Mandela torna-se comandante do braço armado do CNA ("Lança da Nação"
ou MK), promovendo uma campanha de sabotagem contra alvos militares e
governamentais.
Durante
cerca de um ano recebe treinamento militar em Marrocos e na Etiópia, e de
regresso ao país é preso e condenado a 5 anos de cadeia, em agosto de 1962.
Foragido, é novamente preso e condenado à prisão perpétua por sabotagem e
conspiração em 1964
Durante
27 anos encarcerado na minúscula e lendária cela 46664, Nelson Mandela
tornou-se no símbolo universal da luta contra o apartheid. Por diversas vezes,
na década de 70, e na sequência da campanha internacional "Libertem Nelson
Mandela", ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a
liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada.
Mandela
continuou a ser o preso 46664, até que a campanha do CNA e a pressão
internacional conseguiram a sua libertação em 11 de fevereiro de 1990, aos 72
anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk, com quem viria a dividir o Prémio Nobel da Paz
em 1993.
A
viragem do regime e o fim do apartheid
Em Julho
de 1991 Mandela é eleito presidente do CNA, cargo que ocupa até Dezembro de
1997, tornando-se em Maio de 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul.
Durante a sua presidência, até Junho de 1999, Nelson Mandela lidera a transição
do regime de minoria, consolidando o respeito internacional pela sua luta em
prol da reconciliação interna e externa.
Terminado
o seu mandato presidencial, aos 81 anos, o grande líder sul-africano virou-se
para as causas sociais e dos direitos humanos, de que releva, entre outras, a
campanha de recolha de fundos contra o HIV chamada "46664", à memória
do seu número de cela enquanto prisioneiro político.
Agraciado
com as mais altas condecorações, Mandela recebeu, entre muitas outras, a Ordem
de St. John, da Rainha Isabel II, a medalha da Liberdade, de Georeg W.Bush, o
Bharat Ratna, a mais alta distinção da Índia, e a Ordem do Canadá.
Em Junho
de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida política, não sem
continuar a ser uma referência de primeira grandeza na cena internacional, e um
verdadeiro ídolo no seu país, convertendo o Soweto na Meca da luta pelos
direitos humanos e pela igualdade entre os homens. A ONU instituiu, a partir de
2010, o dia 18 de Julho de cada ano como o Dia Internacional Nelson Mandela
(dia do seu nascimento), como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela
liberdade, pela justiça e pela democracia.
Mandela
casou pela primeira vez em 1944 com Evelyn Mase, de quem se divorciou 13 anos
mais tarde. Em 1958 casa com Winnie Madikizela Mandela, a quem ficou unido
durante 38 anos. O seu terceiro casamento foi com Graça Machel, viuva do
presidente moçambicano Samora Machel, com quem vive atualmente.
Desde o
final de 2012 até ao presente, Nelson Mandela tem registado graves problemas
pulmonares, com diversos internamentos hospitalares, tendo em diversos momentos
sido dado como estando na reta final da sua vida. A cada notícia do agravamento
da saúde de Madiba, como é carinhosamente chamado entre o seu povo, a
consternação coletiva apodera-se dos sul-africanos, ao ponto do Presidente da
República, Jacob Zuma, ter vindo a público, por diversas vezes, apelar à calma
da população.
Hoje
terminou a história do homem que um dia disse: «Sonho com o dia em que todas as
pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitas para viverem como
irmãos».
Considerado por grande parte do público
brasileiro e internacional como o maior e melhor jogador de futebol de todos os
tempos, Pelé acumulou títulos durante sua carreira no Santos Futebol Clube, New
York Cosmos e a Seleção Brasileira. É considerado pela FIFA como o Melhor
Jogador de Futebol do
O Dr. Charles Richard Drew foi um médico e
pesquisador norte-americano que fez pesquisas no campo das transfusões e
armazenamento sanguíneo no início da Segunda Guerra Mundial. Charles Drew
protestou contra a segregação racial na doação de sangue e deu contribuições
que são usadas até os tempos atuais.
O Rei do Pop, tanto em carreira solo
quanto em sua infância com os
irmãos no Jackson 5, abriu caminho para os
cantores e artistas negros na mídia norte-americana e mundial. Michael teve a
pele de sua cor alterada por conta da doença vitiligo, em que altera a
pigmentação da pele, mas sempre manteve o orgulho de ser negro.
 Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2009,
Barack Obama foi o
primeiro negro eleito à presidência da República dos Estados
Unidos. Antes disso, Obama conquistou uma carreira singular, sendo nesse
ínterim o único senador negro representando a legislatura.
Considerado como o maior escritor da
literatura nacional, Machado de Assis, que mal estudou e nunca fez
universidade, escreveu com maestria em todos os gêneros literários. Viveu
durante a época da Proclamação da República e foi ávido comentador dos fatos.
Junto aos outros colegas autores, fundou e foi o 1º presidente da Academia
Brasileira de Letras.
Jesse Owens ganhou espaço na mídia nas
Olimpíadas de Berlim, em 1936. Vencedor de 4 medalhas de ouro nas provas de
atletismo, Owens não foi cumprimentado pelo líder nazista Adolf Hitler, muito
menos pelo presidente de seu próprio país Franklin Roosevelt, apenas por um
motivo: ser negro.
Rosa Parks foi a personagem principal do ato que
marcou o início da luta antissegregacionista nos Estados Unidos. Em dezembro de
1955, Rosa recusou-se a ceder seu lugar num ônibus para uma pessoa branca e foi
expulsa do veículo. A partir daí, iniciou-se o Boicote aos ônibus de Montgomery
e muitas outras ações pró-igualdade em solo americano.
Eleito pela renomada revista esportiva
Sports Illustrated, em 1999, como o "Desportista do Século". O
americano Muhammad Ali ganhou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma,
em 1960, e tem em seu nome o incrível cartel de 57 vitórias e somente 5 derrotas
na carreira. Encerrou sua carreira em 1981, quando ainda era Campeão Mundial
dos Pesos-Pesados.
Joaquim Barbosa nasceu em uma família
pobre em Minas Gerais e,
aos 16 anos, foi sozinho para a Brasília tentar a
vida. Hoje, mais de 40 anos depois, é fluente em francês, inglês, alemão e
espanhol, tem mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris, foi
Oficial de Chancelaria no Itamaraty e o primeiro negro a assumir o posto de
presidente do Supremo Tribunal Federal.
Zumbi é um ícone da resistência negra à
escravidão no Brasil. Em meados de 1670, passou a liderar o Quilombo dos
Palmares, reunião de negros resistentes ao trabalho forçado. Conhecido como
Zumbi dos Palmares por liderar o quilombo que carregava o mesmo nome, Zumbi foi
morto em 1696 e teve sua cabeça exposta no estado de Pernambuco.
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