O Ministro do
Planejamento, Nelson Barbosa, foi anunciado nesta sexta-feira (18) como o substituto de Joaquim Levy no comando do Ministério
da Fazenda.
Homem de
confiança da presidente Dilma Rousseff, Barbosa assume o cargo após
discordar de Levy e se impor no governo nos embates sobre as medidas para
reestabelecer o reequilíbrio da dívida pública, sobretudo no que diz respeito
ao nível da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida).
Economista de
formação e com um perfil mais técnico do que político, Barbosa é visto como uma
pessoa de grande afinidade com a presidente, embora seja visto pelo mercado
como "desenvolvimentista", uma vez que ao longo do ano conseguiu
convencer a presidente Dilma de medidas e metas menos dolorosas do que as que
eram propostas pelo colega Levy.
Barbosa troca o
Planejamento pela Fazenda com o desafio de manter o esforço pela reorganização
das contas públicas e de resgatar a confiança na retomada do crescimento da
economia diante do quadro de profunda recessão, inflação de volta à casa dos
dois dígitos e com o país tendo perdido o selo de bom pagador por duas agências
de classificação de risco.
Com a promoção,
Barbosa volta à Fazenda e assume oficialmente o posto de principal nome da
equipe econômica – cargo para o qual o seu nome vem sendo cogitado desde a
época da substituição do ex-ministro Guido Mantega.
Trajetória
Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa vem ocupando diferentes cargos do poder. Entrou no governo em 2003, no Ministério do Planejamento, permanecendo no governo até 2013, quando deixou a Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda após rusgas com Mantega e o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Na Fazenda, Barbosa já ocupou três secretarias: de Acompanhamento Econômico (2007-2008), de Política Econômica (2008-2010) e Executiva (2011-2013), quando o ministro era Guido Mantega. Antes disso, também ocupou cargos no Ministério do Planejamento e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa vem ocupando diferentes cargos do poder. Entrou no governo em 2003, no Ministério do Planejamento, permanecendo no governo até 2013, quando deixou a Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda após rusgas com Mantega e o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Na Fazenda, Barbosa já ocupou três secretarias: de Acompanhamento Econômico (2007-2008), de Política Econômica (2008-2010) e Executiva (2011-2013), quando o ministro era Guido Mantega. Antes disso, também ocupou cargos no Ministério do Planejamento e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na sua passagem
anterior na Fazenda, foi responsável, além de negociar a reforma tributária,
pelos estudos de medidas para aumentar o nível de atividade e os investimentos,
como as desonerações tributárias implementadas pelo governo. Barbosa é apontado
também como um dos mentores da chamada, representada por expansão fiscal,
tentativa redução forçada de juros e maior controle do câmbio.
Nascido em
1969, o carioca e vascaíno é bacharel e mestre em Economia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e PhD pela New School for Social Research. Foi
remador na juventude no Rio de Janeiro, onde nasceu, e tem 1,90 metros. Barbosa
trabalhou no comitê de reeleição do presidente Lula, em 2006, mas não é filiado
ao PT. O novo ministro da Fazenda é casado e pai de um filho.
Até ser
convidado por Dilma para assumir o Planejamento, Barbosa atuava como professor
titular da Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP), além de ser
professor-adjunto do Instituto de Economia da UFRJ, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia (IBRE/FGV) e membro dos conselhos de administração da
Cetip e do Banco Regional de Brasília.
Os desentendimentos de Barbosa e Levy ficaram mais evidentes durante as sucessivas revisões das metas fiscais para 2015 e 2016.
Já em maio, num sinal da sua crescente
influência, Barbosa convenceu Dilma a optar por um corte orçamentário mais
moderado do que o proposto por Levy, que não compareceu ao anúncio do
contingenciamento. Mais tarde Levy afirmou que uma gripe forte o impediu de
comparecer à coletiva de imprensa.
O principal embate entre os dois ocorreu em agosto, quando pela primeira vez na história foi apresentado pelo Planejamento um projeto de Orçamento prevendo gastos maiores que as receitas (déficit).
Após a agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) tirar o grau de investimento do Brasil, o governo acabou recuando da ideia, e manteve a proposta de Levy de perseguir um superávit de 0,7% do PIB.
Para perseguir a meta, entretanto, foi anunciado um pacote de cortes e de aumento de receitas, centrado muito mais na recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) do que no corte de despesas, o que representou mais uma vitória de Barbosa.
Ao chegar no Congresso, porém, a meta fiscal para 2016 voltou a enfrentar resistência. E, diante das ameaças de cortes em programas sociais como o Bolsa Família, o governo Dilma acabou decidindo em dezembro pela revisão da meta fiscal para 0,5% do PIB, deixando Levy mais uma vez em descrédito.
No dia seguinte, a Fitch anunciava a retirada do grau de investimento do Brasil, levando o país a perder o selo de país bom pagador em 2 das grandes agências internacionais de classificação de risco.
Em comunicado, o Planejamento minimizou o rebaixamento, afirmando ter "convicção" que a decisão da Fitch é “temporária” e que poderá ser revertida tão logo os resultados das medidas em andamento comecem a ter impacto sobre a economia, levando à recuperação do crescimento, à geração de empregos e ao reequilíbrio fiscal".
O principal embate entre os dois ocorreu em agosto, quando pela primeira vez na história foi apresentado pelo Planejamento um projeto de Orçamento prevendo gastos maiores que as receitas (déficit).
Após a agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) tirar o grau de investimento do Brasil, o governo acabou recuando da ideia, e manteve a proposta de Levy de perseguir um superávit de 0,7% do PIB.
Para perseguir a meta, entretanto, foi anunciado um pacote de cortes e de aumento de receitas, centrado muito mais na recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) do que no corte de despesas, o que representou mais uma vitória de Barbosa.
Ao chegar no Congresso, porém, a meta fiscal para 2016 voltou a enfrentar resistência. E, diante das ameaças de cortes em programas sociais como o Bolsa Família, o governo Dilma acabou decidindo em dezembro pela revisão da meta fiscal para 0,5% do PIB, deixando Levy mais uma vez em descrédito.
No dia seguinte, a Fitch anunciava a retirada do grau de investimento do Brasil, levando o país a perder o selo de país bom pagador em 2 das grandes agências internacionais de classificação de risco.
Em comunicado, o Planejamento minimizou o rebaixamento, afirmando ter "convicção" que a decisão da Fitch é “temporária” e que poderá ser revertida tão logo os resultados das medidas em andamento comecem a ter impacto sobre a economia, levando à recuperação do crescimento, à geração de empregos e ao reequilíbrio fiscal".
Outras
posições do novo ministro
O novo ministro já defendeu uma política de reajustes mais moderados para o msalário mínimo. Ao tomar posse no Planejamento, Barbosa chegou a dizer que iria "propor uma nova regra para 2016 a 2019”. Desautorizado por Dilma, entretanto, ele recuou e no dia seguinte disse que não haverá mudança na forma de cálculo do salário mínimo.
Ele também foi um dos defensores da redução dos repasses do Tesouro Nacional ao BNDES e da elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do BNDES ao setor produtivo. A taxa vem sendo elevado desde o início de 2015 e está atualmente em 7,5% ao ano.
Barbosa vem defendendo o aumento dos investimentos em infraestrutura como motor para a retomada do crescimento e estava no comando da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), que prevê R$ 198 bilhões nos próximos anos com concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos.
A posição defendida por Barbosa é a de que o ajuste fiscal e a recuperação do crescimento precisam andar juntas.
Ao defender na quinta-feira (17) a redução da meta de superávit primário de 2016, Barbosa disse que o objetivo de estabilizar os níveis de investimento do país.
“No momento que a economia brasileira atravessa, nós temos agora o desafio de estabilizar o nível de atividade econômica. E para estabilizar o nível de atividade econômica é crucial estabilizar o investimento”, disse.
O novo ministro já defendeu uma política de reajustes mais moderados para o msalário mínimo. Ao tomar posse no Planejamento, Barbosa chegou a dizer que iria "propor uma nova regra para 2016 a 2019”. Desautorizado por Dilma, entretanto, ele recuou e no dia seguinte disse que não haverá mudança na forma de cálculo do salário mínimo.
Ele também foi um dos defensores da redução dos repasses do Tesouro Nacional ao BNDES e da elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do BNDES ao setor produtivo. A taxa vem sendo elevado desde o início de 2015 e está atualmente em 7,5% ao ano.
Barbosa vem defendendo o aumento dos investimentos em infraestrutura como motor para a retomada do crescimento e estava no comando da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), que prevê R$ 198 bilhões nos próximos anos com concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos.
A posição defendida por Barbosa é a de que o ajuste fiscal e a recuperação do crescimento precisam andar juntas.
Ao defender na quinta-feira (17) a redução da meta de superávit primário de 2016, Barbosa disse que o objetivo de estabilizar os níveis de investimento do país.
“No momento que a economia brasileira atravessa, nós temos agora o desafio de estabilizar o nível de atividade econômica. E para estabilizar o nível de atividade econômica é crucial estabilizar o investimento”, disse.
0 comentário "18/12/2015 18h38 - Atualizado em 18/12/2015 18h56 Saiba quem é Nelson Barbosa, o novo ministro da Fazenda"
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