Ricardo Vescovi, diretor-presidente da Samarco, presta depoimento ao MPF por desastre em Mariana
A australiana BHP e Vogbr, consultoria responsável pela
auditagem das barragens, foram indiciadas.
A Samarco é responsável pela barragem
de Fundão, em Mariana (MG), que se rompeu no dia 5 de novembro do ano
passado, causando a morte de 17 pessoas e o desaparecimento de outras duas. A
tragédia foi considerada o pior desastre ambiental do país.
De acordo com nota divulgada pela PF,
os indiciamentos de baseiam na lei de crimes ambientais: "causar poluição
de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à
saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora".
A pena varia de seis meses a um ano
de prisão mais multa.
Além de Vescovi, foram indiciados o
coordenador de monitoramento das barragens, Euzimar Rosado, a gerente de
geotecnia e hidrogeologia, Daviely Rodrigues Silva, o gerente-geral de projetos
e responsável técnico pela barragem de Fundão, Germano Lopes, o gerente-geral
de operações e o diretor de operações e infraestrutura, Kléber Luiz de Mendonça
Terra, bem como o engenheiro responsável pela declaração de estabilidade da barragem
Fundão em 2015 da empresa que atestou a estabilidade das barragens. Ele ainda
não teve o nome divulgado.
A polícia informou que novos
indiciamentos poderão surgir com o decorrer das investigações. A atuação da PF
no caso se deve em razão de o rejeito de minério de ferro ter atingido o leito
do rio Doce, que é um bem da União por banhar mais de um Estado.
A Samarco informou que não concorda
com o indiciamento de seus profissionais porque até o presente momento não há
uma conclusão pericial técnica das causas do acidente.
Em nota, a Vale informou "que
recebeu com surpresa a notícia de seu indiciamento em face do acidente ocorrido
com a barragem de Fundão, da empresa Samarco Mineração S.A. O indiciamento
reflete um entendimento pessoal do delegado e ocorre em um momento em que as
reais causas do acidente ainda não foram tecnicamente atestadas e são,
portanto, desconhecidas. Além disso, as suposições da Polícia Federal sobre uma
teórica responsabilidade da Vale baseiam-se em premissas que não têm efetivo
nexo de causalidade com o acidente, conforme será oportuna e tecnicamente
demonstrado pela Vale".
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