O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (16), em
primeiro turno, o texto principal de uma proposta de emenda à Constituição
(PEC) que impede a União de criar despesas para estados e municípios sem o
correspondente repasse de recursos. Os senadores incluíram na matéria o
impedimento de que o Congresso crie gasto para a União sem indicar uma fonte
para sustentar a despesa.
Essa proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em
setembro de 2015. Na ocasião, no entanto, o impedimento referente aos gastos da
União não havia sido incluído. Se for aprovada pelo Senado em dois turnos e com
alterações no conteúdo, o texto tem de voltar para análise dos deputados antes
de ser promulgado.
No ano passado, o Senado já havia aprovado uma proposta
semelhante à PEC apreciada nesta terça. O texto, no entanto, ainda não chegou a
ser analisado pela Câmara dos Deputados.
De acordo com a PEC, fica proibida a imposição de encargos ou
prestação de serviços aos estados, municípios e ao Distrito Federal sem que,
para seu custeio, sejam realizados repasses de recursos pela União. Ficou
pendente, ainda, a análise de propostas de alterações na matéria.
A inclusão da União na PEC que teve origem na Câmara se deu
por meio de uma emenda apresentada pelo líder do PMDB no Senado, Eunício
Oliveira (CE).
"Não se admitirá imposição nem transferência de qualquer
encargo financeiro decorrente da prestação de serviço público, inclusive
despesas de pessoal e seus encargos, para a União, os Estados, o Distrito
Federal ou os Municípios, sem a previsão de fonte orçamentária e financeira
necessária à realização da despesa ou sem a previsão da correspondente
transferência de recursos financeiros necessários ao seu custeio, ressalvadas
as obrigações assumidas espontaneamente pelos entes federados e aquelas
decorrentes da fixação do salário-mínimo", diz o texto.
Antes do início da votação da PEC, o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), chamou a PEC de "nova Lei de Responsabilidade
Fiscal". "Nós assumimos com os líderes o compromisso de que hoje nós
concluiríamos a votação da matéria, para que tenhamos rapidamente no Brasil
essa regra que, como todos sabem, é uma nova Lei de Responsabilidade
Fiscal", afirmou.
Durante a discussão da matéria, o senador Cristovam Buarque
(PDT-DF) apresentou uma emenda ao texto que coloca como exceção eventuais
aumentos do piso salarial dos professores. Dessa forma, um aumento nessa
despesa pode ser determinado pelo governo federal sem a destinação de novos
recursos para governos estaduais e municipais.
O destaque – alteração ao texto – proposto por Cristovam
Buarque, no entanto, só deverá ser apreciado pelos senadores na sessão desta
quarta-feira (17), conforme acordo feito pelos parlamentares durante a votação
desta terça.
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