Simpatizantes de Dilma criticam pedido de impeachment
elaborado pela OAB.
Presidente da Ordem foi cercado por manifestantes ao chegar
ao Legislativo.
Manifestantes
contrários e favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff se
hostilizaram nesta segunda-feira (28) no salão verde da Câmara dos Deputados no
momento em que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio
Lamachia, foi protocolar um novo pedido de afastamento da
chefe do Executivo. O dirigente da entidade dos advogados chegou a ser cercado
por simpatizantes do governo federal ao ingressar no prédio do Legislativo(assista
ao vídeo abaixo).
No dia 18, a OAB decidiu apoiar o pedido
de afastamento de Dilma. Além disso, a Ordem decidiu apresentar um novo pedido
de impeachment da petista tendo como base as chamadas "pedaladas
fiscais", a renúncia fiscal em favor da Fifa durante a Copa do Mundo de
2014 e a suposta intenção de Dilma de beneficiar um aliado, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, dando-lhe a prerrogativa de ministro.
Na reunião que definiu o apoio da OAB ao impeachment, foram
consultadas as 27 seccionais da entidade, e apenas o diretório do Pará se
manifestou contrariamente à defesa do afastamento de Dilma.
Parte dos manifestantes que participaram do protesto no Salão
Verde foi à Câmara protestar
contra o pedido de impeachment elaborado pelo Conselho Federal da OAB.
Ao chegar ao prédio do parlamento, o presidente da OAB foi
cercado por manifesfantes que apoiam o governo Dilma, tendo dificuldades para
se locomover pelo Salão Verde.
Em vários momentos, houve empurra-empurra entre manifestantes
rivais. Um dos momento mais tensos, entretanto, ocorreu após Claudio Lamachia
ter ido embora. Um manifestante pró-Dilma e um advogado chegaram a trocar
agressões em frente ao prédio do parlamento.
O simpatizante do governo segurava um cartaz com a frase
"A verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura" quando começou a bater
boca com o advogado, que chegou a atingir o manifestante contrário ao
impeachment com um soco. Após serem apartados, o manifestante voltou e deu um
chute nas costas do advogado.
Outro episódio de agressão ocorreu na chegada tumultuada dos
representantes da OAB à Câmara. Um advogado empurrou um manifestante que
gritava palavras de ordem contra o impeachment, mas atingiu uma mulher, que
caiu no chão e precisou ser ajudada por outras pessoas para se levantar. O
grupo que acompanhava a mulher bateu boca com o advogado e, aos gritos,
disseram que iriam registrar queixa no Departamento de Polícia Legislativa.
Os simpatizantes do governo repetiam em meio ao protesto a
frase "A verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura". Do outro lado,
opositores da gestão petista respondiam aos gritos de "Fora, PT" e
"Lula, ladrão".
O grupo pró-Dilma contou com a partipação de deputados e
senadores do PT, entre os quais o líder do governo no Senado, Humberto Costa
(PE).
Após protocolar o novo pedido de impeachment, Lamachia
defendeu em uma entrevista coletiva a decisão do Conselho Federal da OAB de
apoiar o afastamento da presidente da República.
"Nós vivemos numa democracia e a democracia está se
manifestando hoje, aqui, a partir da presença maciça da advocacia brasileira,
representada pelos presidentes de todas as OABs do Brasil, representada pelos
81 conselheiros federais da OAB, representada pelos advogados de Brasília que
vieram aqui hoje, demonstrando, sim, que a instituição está absolutamente unida
no que diz respeito a essa decisão", declarou o presidente da Ordem.
Protesto de advogados
No início da tarde desta segunda-feira, um grupo de advogados entregou um requerimento ao presidente nacional da OAB solicitando que a entidade consulte diretamente os integrantes da entidade para saber a opinião de cada um sobre a apresentação de um novo pedido de impeachment de Dilma.
No início da tarde desta segunda-feira, um grupo de advogados entregou um requerimento ao presidente nacional da OAB solicitando que a entidade consulte diretamente os integrantes da entidade para saber a opinião de cada um sobre a apresentação de um novo pedido de impeachment de Dilma.
O advogado Humberto Gós, um dos integrantes do grupo que
levou o requerimento até o Conselho Federal da OAB, afirmou que o pedido aponta
para um racha na base da advocacia.
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