Igreja Batista Getsêmani Celebra a Páscoa contemporânea


Estamos em pleno século XXI. Dia a dia, nos encontramos cada vez mais submersos no universo da tecnologia, do virtual, da autonomia. Ao mesmo tempo, ao nosso lado, pessoas ainda vivem como se tivesse parado no tempo, enfrentando adversidades de toda a ordem. Esse contraste paradoxal é apenas um elemento de nossa complexa constituição social e cultural atual. No meio de tanto deslumbramento com a técnica e com a ciência, qual o espaço para a reflexão e para a vivência da fé? Qual é a importância dos valores cristãos, principalmente da solidariedade e do amor ao próximo em uma sociedade marcada pelo individualismo e pela autonomia? Na correria de nossos dias, encontrar um tempo para refletir e tentar compreender nosso mundo é mais do que importante - é quase uma questão de sobrevivência.



Nesse sentido, o que significa celebrar a Páscoa hoje? De que maneira podemos relacionar o momento pascal com a crise financeira, política e ambiental e com a crise múltipla de valores em que nos encontramos?  Há sentido em celebrar a Páscoa em uma sociedade cada vez mais marcada pela violência? Qual a contribuição da reflexão da Páscoa para a construção de possibilidades de vida digna do ser humano? A morte e a ressurreição de Jesus Cristo têm algum significado para nosso contexto sociocultural? 
         A páscoa é uma celebração da esperança, por isso, não existe realidade de injustiça e de sofrimento que não possa ser superada pela ressurreição, dai que o nosso compromisso como cristãos é viver a ressurreição para sermos instrumentos, possibilitando que esse renascimento também aconteça onde quer que estejamos: na universidade, no meio do povo e no trabalho em prol de uma sociedade mais justa e humanitária. Isso tudo tem sentido, porque quem ressuscitou foi um crucificado.

temos hoje, no mundo, uma natureza que está gritando também para ser libertada, que está sofrendo, por nossa causa, por nossas opções equivocadas. Mas temos como reverter isso. Jesus nos mostra que amando até o fim é possível mudar a realidade de nossa vida, de nossa sociedade”.




 Na sociedade moderna e pós-moderna, caracterizada pela razão, eficiência, e onde o único valor parece ser o gozo momentâneo, a Páscoa virou feriadão, virou faturamento na área financeira do consumo de chocolate, de pescado, ou exploração turística do vago sentimento do religioso, do sagrado.. Nesta mentalidade consumista é praticamente impossível celebrar a Páscoa, pois carece do seu verdadeiro sentido, então se  questiona:Quem é Jesus Cristo? Ele é um guru qualquer, um profeta, um super-homem?”. Jesus não causa mais impacto no homem moderno e pós-moderno escravizado pela razão, a ciência, a técnica e o consumismo. A cultura contemporânea exclui o absoluto, a transcendência, Deus. É uma cultura materialista e ateia que coloca sua confiança no próprio ser humano.

“Páscoa é um evento essencialmente cristão, em uma referência a Jesus de Nazaré, um ser humano histórico que é o verbo de Deus encarnado, pelo qual Deus se fez gente, palmilhou nossos caminhos e viveu e morreu pela causa do Reino. Nessa perspectiva,  percebe-se que a Páscoa nos remete para a dimensão de solidariedade a partir da figura de Jesus.Nesse tempo de Páscoa, celebramos a ressurreição de alguém que passou a vida inteira fazendo o bem, 
         Parece simples, mas, quando olhamos para a trajetória  de Jesus  vemos que é toda pautada pela solidariedade. É uma vida entregue de muitas formas em ações concretas pelas pessoas de seu tempo e, além disso, ensinando para todas as gerações posteriores um jeito de ser humano, um jeito de ser gente ao lado de outras pessoas.Quando olhamos para a prática de Jesus, vemos aquele sujeito que olha os outros seres humanos e age em favor deles, gasta seu tempo, sua energia, e faz dessa ação em favor dos outros um projeto para a vida inteira.
       . Quem celebra a Páscoa se dispõe a  assumir como estilo próprio algo da prática de Jesus..









A Páscoa tem de nos levar a buscar em nosso meio quem é o crucificado, quem é o torturado, quem é o acusado injustamente. Temos escândalos que conseguimos desconhecer, ignorar, ocultar, justificar. Em ano de Campanha da Fraternidade, cujo tema é segurança pública, o sistema prisional é a coisa mais escandalosa que temos no Brasil inteiro”.




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