O poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente. Muitas
biografias desceram pelos ralos da História quando lideranças se perderam por
excessos permitidos ao poder sem limites.
As instituições de uma sociedade livre estabelecem limites ao exercício
do poder exatamente para evitar tais excessos. As investigações da operação
Lava-Jato são o registro dessa marcha histórica de aperfeiçoamento
institucional da República. Contra o abuso de poder, as práticas políticas
degeneradas e a corrupção sistêmica.
Por outro lado, o senador Delcídio do Amaral denuncia a articulação de
uma operação Mãos Sujas, comandada pelo ex-presidente Lula, para interferir nos
trabalhos da Polícia Federal, do Ministério Público e do Supremo Tribunal
Federal.
Com a indicação de Lula para ministro-chefe da Casa Civil, a operação
Mãos Sujas sai da clandestinidade para virar programa de governo. Essa
perturbadora agenda foi confirmada pelas desconcertantes conversas de Lula,
ainda mais reveladoras do que os depoimentos do ex-líder do governo no Senado.
“Tô assustado com a República de Curitiba... esses meninos da Polícia Federal e
do Ministério Público têm que ter medo... delegado não pode desrespeitar
político... tem que trucar o Janot e triturar... que porra é essa que a Receita
Federal tá fazendo junto com a Polícia Federal? Fala com a Dilma o negócio da
Rosa Weber... temos uma Suprema Corte totalmente acovardada... presidentes da
Câmara e do Senado fodidos... o Aragão deveria cumprir um papel de homem.”
O novo ministro da Justiça, pautado por Lula, anuncia estudar medidas
judiciais contra Sérgio Moro e punir policiais federais por suspeita de
vazamento de informações. “Cheirou vazamento de investigação por um agente
nosso, a equipe será trocada, toda. Não preciso ter prova”, ameaça Eugênio
Aragão.
Lula é um bom brasileiro e não quer incendiar o país. Exige com razão
que a operação Lava-Jato não atinja apenas a ele e ao PT. Mas erra se exige
cumplicidade em malfeitos e elabora uma agenda de obstrução da Justiça.
É importante que ouça a voz do povo nas ruas antes de investir contra a
Justiça. Foram muito mais de três milhões de manifestantes em verde e amarelo a
favor de Sérgio Moro, e algo menos de 300 mil em vermelho a seu favor.
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