A informação foi dada por deputados do partido à BBC
Brasillogo após reunião discreta na Câmara dos Deputados – e confirmada em
seguida pela liderança do PRB. O partido decidiu "fechar questão"
pelo impeachment, o que significa que os deputados que não obedecerem à decisão
receberão punições, incluindo eventual expulsão da legenda.
Em encontro conduzido pelo pastor da Igreja Universal e
presidente do partido, Marcio Ribeiro, o PRB decidiu que todos os seus membros
são obrigados a apoiar o afastamento da presidente.
Com a decisão, 9 deputados que se apresentavam com posição
indefinida – e eram disputados, um a um, pelo governo petista – passaram a
engrossar o coro dos que pedem o afastamento. Entre eles, está o cantor Sérgio
Reis (SP), também filiado à legenda.
"O PRB tem um corpo técnico e jurídico muito
consistente", disse à BBC Brasil o deputado Lindomar Garçon - que até esta
terça-feira se apresentava como "voto indefinido".
"Estava esperando a decisão do partido. Eles leram todo
o parecer da comissão (especial de impeachment) e recomendaram o
afastamento."
O PRB também conta com um senador, o carioca Marcelo Crivela
(RJ), que comandou o ministério da Pesca no primeiro governo Dilma e agora
também defende seu afastamento.
PP volta atrás
Para que o processo de impeachment tenha prosseguimento no
Congresso, são necessários 342 votos a favor do impedimento. Se o número for
alcançado, a pauta segue para votação entre os senadores. Se não, a presidente
é mantida no cargo.
O principal motivo de preocupação para o governo durante todo
o dia foi a longa reunião a portas fechadas do PP, que voltou atrás em seu
apoio à presidente e engrossou o coro dos que defendem o impeachment.
O partido de Paulo Maluf (SP), entretanto, não fechará
questão – o que indica que alguns deputados da legenda ainda apoiarão a
presidente.
O PP reúne a quarta maior bancada da Câmara, com 47 deputados
federais. Destes 31 votaram pelo afastamento, 13 contra, dois se declararam
indecisos e faltaram à reunião.
A jornalistas, o presidente do partido, Ciro Nogueira, disse
que todos os membros que ocupam cargos no governo foram orientados a
entregá-los. É o caso do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi.
Ex-ministro das Cidades de Dilma, Nogueira defendia a
permanência do partido na base do governo, mas enfrentava resistência entre
parlamentares.
Em entrevista à BBC Brasil, um dos principais nomes do PP, o
deputado Paulo Maluf, chegou a classificar Nogueira como "ditadorzinho do
Piauí", alegando que a base do partido não havia sido consultada na
decisão de continuar ou não apoiando a presidente.
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