Garagens fechadas facilitam greve

21 de maio de 2012 às 15:14
POR GABRIELA SARAIVA e OSWALDO VIVIANI
As garagens das empresas Taguatur, no Anjo da Guarda, e Maranhense, na Forquilha, foram fechadas pelos empresários hoje (21), logo nas primeiras horas da madrugada, facilitando a paralisação de 100% da frota de aproximadamente 1.100 ônibus que circula em São Luís. A Taguatur é a única empresa que serve uma das regiões mais populosas da capital – a área Itaqui-Bacanga. A Maranhense também atua numa área densamente habitada – os bairros do Cohatrac e da Cohab. Funcionários das duas empresas ficaram nos portões para despachar de volta para casa os rodoviários que chegavam a seus locais de trabalho. Nenhum coletivo saiu das garagens da Taguatur nem da Maranhense, o mesmo ocorrendo na empresa 1001, que, no entanto, manteve o portão de sua garagem, na Estrada da Maioba, aberto.
Foto:Alessandro Silva
Da garagem da 1001, com portão aberto, também não saiu nenhum ônibus
Foto: Alessandro Silva
Garagens da Taguatur e da Maranhense foram fechadas na madrugada
Nenhum gerente ou diretor das empresas foi encontrado pela reportagem do Jornal Pequeno para falar sobre a greve.
Policiamento – Apesar de a Polícia Militar ter informado que haveria policiamento nas portas das garagens, com o objetivo de garantir a saída dos ônibus, nenhuma viatura policial foi vista nos pontos visitados pela reportagem do JP.
Opções dos usuários – Como sempre acontece nas greves dos rodoviários, quem mais está sofrendo hoje são os usuários. Para se locomoverem na cidade, eles precisam recorrer aos mototáxis, táxis, vans e ao transporte clandestino (motos e carros de lotação). Muitos esperam por horas para conseguir um veículo que os leve a seus destinos.
Foto: Alessandro Silva
Transporte alternativo foi opção de usuários hoje
Agora, a greve está nas mãos do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), cujas decisões de 7% de aumento e retorno imediato ao trabalho foram desrespeitadas pelos rodoviários – e afrontadas também pelos empresários, que hoje fecharam os portões das garagens.
Caso o movimento seja considerado abusivo, a Justiça automaticamente autorizará a demissão dos profissionais envolvidos por justa causa e ainda pode solicitar a prisão, de 15 dias a 6 meses, dos diretores do sindicato dos rodoviários, por crime previsto no Código Penal.
A situação hoje foi completamente diferente da observada nos primeiros dias do movimento (terça, quarta e quinta-feira da semana passada), quando metade da frota circulou diariamente.
Os motoristas reivindicam reajuste salarial de 16%, aumento do valor do ticket-alimentação, inclusão de mais um dependente no plano de saúde e melhores condições de trabalho.

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