Lula nega ter sugerido para ministro protelar julgamento do mensalão
Reportagem da Veja afirma que Lula disse a Gilmar Mendes que o julgamento do processo do mensalão, antes das eleições de outubro, seria inconveniente. Em nota, Lula nega versão de Gilmar.
Camila Bomfim Brasília, DF
Provocaram considerável tumulto político em Brasília as palavras do ministro
Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, segundo o qual num encontro pessoal o ex-presidente Lula
teria feito a sugestão de se protelar o julgamento do mensalão.
Em nota, o ex-presidente Lula nega a versão de Gilmar Mendes do encontro,
afirma estar indignado, e que jamais fez pressão sobre o STF ou qualquer um de
seus ministros.
Lula e Gilmar Mendes se encontraram no escritório do ex-presidente do
Supremo e ex-ministro de Lula, Nelson Jobim, no dia 26 de abril.
Reportagem da revista Veja afirma que Lula disse a Gilmar Mendes que o
julgamento do processo do mensalão, antes das eleições de outubro, seria
inconveniente. Ainda de acordo com a revista, Lula estaria tentando influenciar
os ministros dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
De acordo com a reportagem, Lula afirmou ainda que teria o controle político
da CPI do Cachoeira e em troca do apoio de Gilmar Mendes para atrasar o
julgamento do mensalão, o ex-presidente teria oferecido blindagem ao ministro
nas investigações do Congresso.
Lula perguntou a Gilmar sobre viagem a Berlim junto com o senador Demóstenes
Torres. De acordo com a reportagem, há boatos de que a viagem teria sido paga
por Carlos Cachoeira. Gilmar teria dito que vai com frequência a Berlim, porque
tem uma filha morando lá e que tinha pago a viagem com recursos próprios.
O ministro Gilmar Mendes falou nesta segunda-feira (28) sobre o encontro. “O
presidente tocou várias vezes na questão da CPMI. Desenvolvimento da CPMI, o
domínio que o governo tinha sobre a CPMI e tudo mais. Então eu disse a ele com
toda franqueza: ‘presidente, deixa eu lhe dizer uma coisa, parece que o senhor
está com alguma informação confusa. Ou o senhor não está devidamente informado.
Eu não tenho nenhuma relação, a não se relação de conhecimento e trabalho
funcional, com o senador Demóstenes e aí ele um pouco ficou assustado. E disse
"mas não tem? E essa viagem de Berlim?".
O ministro disse também que Lula considerava inconveniente o julgamento do
mensalão agora, mas não confirmou um pedido explícito dele para um adiamento:
não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão. Ele
manifestou um desejo, eu disse da dificuldade que o Tribunal teria. Ele não
pediu a mim diretamente. Disse "o ideal era que isso não fosse
julgado".
O Instituto Lula, confirmou, em nota, que a reunião existiu, mas que a
versão dada por Veja sobre o teor da conversa é inverídica. "Meu
sentimento é de indignação", disse o ex-presidente sobre a reportagem.
A nota diz ainda que Lula jamais tentou interferir nas decisões do Supremo
em relação ao mensalão e que nenhum dos oito ministros indicados por ele pode
registrar qualquer tipo de pressão.
No sábado, em entrevista ao blog do jornalista Jorge Bastos Moreno, do
Jornal O Globo, o ministro Nelson Jobim negou que o conteúdo da conversa entre
Gilmar e Lula tenha sido o que foi publicado por Veja, e hoje confirmado em
parte por Gilmar Mendes. Nesta
Edição do dia 28/05/2012 segunda-feira, Jobim não quis comentar o
caso. “Eu não vou falar mais sobre esse assunto, já está tudo certo, ponto”.
No Supremo Tribunal, o ministro Celso de Mello disse, por meio da
assessoria, que, se confirmado, o episódio revela um comportamento eticamente
censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo do ex-presidente
da República. Já os ministros Dias Tóffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski
confirmaram que tiveram encontros com o ex-presidente Lula, mas negaram ter sofrido
qualquer tipo pressão por parte dele.
O ex-presidente Lula vem erguendo desde o começo de
abril o mais obsceno dos numerosos monumentos à cafajestagem forjados desde
2005 para impedir que os quadrilheiros do mensalão sejam castigados pela
Justiça. Inquieto com a aproximação do julgamento, perturbado pela suspeita de
que os bandidos de estimação correm perigo, o Padroeiro dos Pecadores jogou o
que restava de vergonha numa lixeira do Sírio Libanês e resolveu pressionar
pessoalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal. De novo, como informou
VEJA neste sábado, o colecionador de atrevimentos derrapou na autoconfiança
delirante e bateu de frente com um interlocutor que não se intimida com
bravatas.
A reportagem de Rodrigo Rangel e Otávio Cabral
reproduz os momentos mais espantosos do encontro entre Lula e o ministro Gilmar
Mendes ocorrido, há um mês, no escritório mantido em Brasília pelo amigo comum
Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo e ex-ministro da Defesa. A conversa fez
escala em assuntos diversos até que o palanque ambulante interrompeu o minueto
para dar início ao forró do mensalão. “Fiquei perplexo com o comportamento e as
insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar a VEJA. Não é
para menos.
“É inconveniente julgar o processo agora”, começou
Lula, lembrando que, como 2012 é um ano eleitoral, o PT seria injustamente
afetado pelo barulho em torno do escândalo. Depois de registrar que controla a
CPI do Cachoeira, insinuou que o ministro, se fosse compreensivo, seria poupado
de possíveis desconfortos. “E a viagem a Berlim?”, perguntou em seguida,
encampando os boatos segundo os quais Gilmar Mendes e Demóstenes Torres teriam
viajado para a cidade alemã num avião cedido por Carlinhos Cachoeira, e com
todas as despesas pagas pelo meliante da moda.
Gilmar confirmou que se encontrou com o senador em Berlim. Mas esclareceu que foi e voltou em avião de carreira, bancou todas as despesas e tem como provar o que diz. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, informou, antes da recomendação final: “Vá fundo na CPI”. Lula preferiu ir fundo no palavrório arrogante. Com o desembaraço dos autoritários inimputáveis, o ex-presidente que não desencarnou do Planalto e dá ordens ao Congresso disse o suficiente para concluir-se que, enquanto escolhe candidatos a prefeito e dá conselhos ao mundo, pretende usar o caso do mensalão para deixar claro quem manda no STF.
Edição do dia 28/05/2012
29/05/2012 00h19 - Atualizado em 29/05/2012
00h20
Lula nega ter sugerido para ministro protelar julgamento do mensalão
Reportagem da Veja afirma que Lula disse a Gilmar Mendes que o julgamento do processo do mensalão, antes das eleições de outubro, seria inconveniente. Em nota, Lula nega versão de Gilmar.
Camila Bomfim Brasília, DF
Provocaram considerável tumulto político em Brasília as palavras do ministro
Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, segundo o qual num encontro pessoal o ex-presidente Lula
teria feito a sugestão de se protelar o julgamento do mensalão.
Em nota, o ex-presidente Lula nega a versão de Gilmar Mendes do encontro,
afirma estar indignado, e que jamais fez pressão sobre o STF ou qualquer um de
seus ministros.
Lula e Gilmar Mendes se encontraram no escritório do ex-presidente do
Supremo e ex-ministro de Lula, Nelson Jobim, no dia 26 de abril.
Reportagem da revista Veja afirma que Lula disse a Gilmar Mendes que o
julgamento do processo do mensalão, antes das eleições de outubro, seria
inconveniente. Ainda de acordo com a revista, Lula estaria tentando influenciar
os ministros dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
De acordo com a reportagem, Lula afirmou ainda que teria o controle político
da CPI do Cachoeira e em troca do apoio de Gilmar Mendes para atrasar o
julgamento do mensalão, o ex-presidente teria oferecido blindagem ao ministro
nas investigações do Congresso.
Lula perguntou a Gilmar sobre viagem a Berlim junto com o senador Demóstenes
Torres. De acordo com a reportagem, há boatos de que a viagem teria sido paga
por Carlos Cachoeira. Gilmar teria dito que vai com frequência a Berlim, porque
tem uma filha morando lá e que tinha pago a viagem com recursos próprios.
O ministro Gilmar Mendes falou nesta segunda-feira (28) sobre o encontro. “O
presidente tocou várias vezes na questão da CPMI. Desenvolvimento da CPMI, o
domínio que o governo tinha sobre a CPMI e tudo mais. Então eu disse a ele com
toda franqueza: ‘presidente, deixa eu lhe dizer uma coisa, parece que o senhor
está com alguma informação confusa. Ou o senhor não está devidamente informado.
Eu não tenho nenhuma relação, a não se relação de conhecimento e trabalho
funcional, com o senador Demóstenes e aí ele um pouco ficou assustado. E disse
"mas não tem? E essa viagem de Berlim?".
O ministro disse também que Lula considerava inconveniente o julgamento do
mensalão agora, mas não confirmou um pedido explícito dele para um adiamento:
não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão. Ele
manifestou um desejo, eu disse da dificuldade que o Tribunal teria. Ele não
pediu a mim diretamente. Disse "o ideal era que isso não fosse
julgado".
O Instituto Lula, confirmou, em nota, que a reunião existiu, mas que a
versão dada por Veja sobre o teor da conversa é inverídica. "Meu
sentimento é de indignação", disse o ex-presidente sobre a reportagem.
A nota diz ainda que Lula jamais tentou interferir nas decisões do Supremo
em relação ao mensalão e que nenhum dos oito ministros indicados por ele pode
registrar qualquer tipo de pressão.
No sábado, em entrevista ao blog do jornalista Jorge Bastos Moreno, do
Jornal O Globo, o ministro Nelson Jobim negou que o conteúdo da conversa entre
Gilmar e Lula tenha sido o que foi publicado por Veja, e hoje confirmado em
parte por Gilmar Mendes. Nesta
Edição do dia 28/05/2012 segunda-feira, Jobim não quis comentar o
caso. “Eu não vou falar mais sobre esse assunto, já está tudo certo, ponto”.
No Supremo Tribunal, o ministro Celso de Mello disse, por meio da
assessoria, que, se confirmado, o episódio revela um comportamento eticamente
censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo do ex-presidente
da República. Já os ministros Dias Tóffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski
confirmaram que tiveram encontros com o ex-presidente Lula, mas negaram ter sofrido
qualquer tipo pressão por parte dele.
INTERESSANTE.
ResponderExcluirTodos os ex presidentes ao deixar o poder, foram cuidar de suas vidas dentro da maior ética e princípios.
Porque Lula não segue o mesmo caminho se afastando do poder definitivamente ?
Porque Lula insiste em promover reuniões suspeitas com pessoas do poder para tira r vantagens criminosas ?
Porque Lula continua articulando métodos perigosos mesmo sendo um ex .
O que o faz acreditar que é o dono da verdade e do Brasil ?
Lula, vai cuidar da tua vida de ex presidente como os seus antecessores os quais tem feito isso muito bem com ética e respeito ao contribuinte onde não se metem em fralcatuas e bandidagem as quais você se envolveu durante seu governo e continua se envolvendo fora dele .
Chega Lula , vai cuida r da sua vida de aposentado e deixa de se Pilantra .