Incêndio similar ao de Santa Maria matou 194 em discoteca na Argentina

A exemplo da tragédia em casa noturna deste domingo (27/01) em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, 194 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas em 30 de dezembro de 2004 em Buenos Aires, Argentina, após fogos de artifício serem usados durante o show de um grupo musical na boate República Cromañon, no bairro de Once.
O incêndio aconteceu em show dos Callejeros, que tocavam para cerca de três mil pessoas quando um rojão atingiu o forro da casa, que tinha supostamente um isolante acústico, mas era feito de material inflamável. A lotação permitida era de 1,3 mil pessoas e quatro das seis portas principais estavam fechadas -- algumas com cadeado --, para impedir que o público saísse sem pagar.
Da mesma forma como relatou a polícia gaúcha sobre a tragédia em Santa Maria, a maioria das pessoas no Cromañon morreu asfixiada e por queimadura nas vias aéreas, outros incinerados e pisoteados. A boate portenha estava com permissões, alvarás e exames de segurança vencidos desde novembro de 2004 e havia registrado um incêndio anterior, em 1º de maio do mesmo ano, sem vítimas.
Omar Chabán, gerente do lugar, e famoso promoter e proprietário de casas desde os anos 1980, seu assistente, Raúl Villareal, e os integrantes da banda responderam a acusações de suborno e dano doloso seguido de morte, com pena máxima de 20 anos de prisão.
Os seis membros do Callejeros foram condenados em dezembro passado a penas de até sete anos de prisão. Os líderes do grupo, Patricio Fontanet, e o baterista Eduardo Vázquez, receberam penas de sete e seis anos, respectivamente. Os outros quatro integrantes do grupo, Christian Torrejón, Juan Carbone, Maximiliano Djerfy e Elio Delgado, foram sentenciados a cinco anos. Os seis músicos foram acusados pelos delitos "de incêndio culposo seguido de morte e uso incentivado de pirotecnia", assim como Chabán, que recebeu dez anos e 9 meses de condenação à prisão.
        
'Fumaça se espalhou muito rápido', diz sobrevivente de incêndio em boate
O incêndio que matou pelo menos 180 pessoas na madrugada deste domingo (27) em uma boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, se alastrou rapidamente, segundo Luana Santos Silva, de 23 anos, que estava no local no momento do incidente.
Em relato à GloboNews, ela afirmou que estava próxima à saída quando o fogo começou. "Nós olhamos para o teto lá na frente do palco e estava começando um fogo, foi um amigo nosso que nos mostrou, aí nós começamos a cair. Minha irmã me puxou e eu saí arrastada pelo chão", contou Luana.
Segundo a jovem, a fumaça se espalhou rapidamente. "Foi bem no início, foi só atravessar a rua e começou a sair fumaça. Aí começou a sair o pessoal desesperado e gente machucada. Era uma porta pequena para muita gente sair", completou.
Aline Santos Silva, de 29 anos, foi quem ajudou a irmã Luana a sair da casa noturna assim que o incêndio começou. "Conseguimos ver a tempo e conseguimos sair rápido, antes que começasse a fumaça a se espalhar. Em questão de um minuto a gente saiu e já tinha fumaça saindo. A fumaça se espalhou muito rápido, não deu tempo das pessoas saírem por causa da fumaça. Acho que as pessoas começaram a passar mal e logo já saíram pessoas manchadas da fumaça escura", contou à GloboNews.
Aline relatou ter conseguido deixar o local de forma rápida por estar em uma área privilegiada que ficava próxima à saída. "A gente saiu direto por estar em uma ala vip que é muito próxima da porta. Aí a gente conseguiu rápido. O pessoal que teve mais dificuldade foi o que estava mais próximo do palco, onde estava a banda. Acho que saímos por uma saída de emergência, porque a gente não costuma sair por ali".
Ela também lembrou que o socorro não demorou a chegar ao local. "Teve atendimento muito rápido. Chegou ambulância, chegou polícia. O pessoal quis ajudar quebrando [as paredes da casa] para ver se tinha mais saídas para o pessoal que estava lá dentro. O incêndio começou no palco, a gente estava bem longe, mas deu para ver que foi ali que começou.
Para Aline, o desespero das pessoas colaborou para a tragédia. "Acho que foi mais o pânico, não se dizer se tinha sinalização [indicando a saída de emergência]. As pessoas se empurraram muito, a gente caiu e aí tudo dificultou".
                                  

Número de mortes em incêndio de boate já chega a 245

A Brigada Militar confirmou que o número de mortos no incêndio em uma boate em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, já chega a 245 mortos. O resgate dos corpos também foi concluído no fim da manhã deste domingo. Outras 48 pessoas estão feridas e recebendo atendimento. O incêndio na boate Kiss começou na madrugada deste domingo (27).
A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local, checando as circunstâncias do fogo e retirando corpos da área. O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado pelos autoridades. A festa reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Todos os hospitais da região estão recebendo as vítimas. São ao menos seis casas de saúde. Voluntários estão auxiliando os trabalhos na cidade. "Estamos mobilizando todo o estado, temos hospitais de diversas regiões se disponibilizando para ajudar. De Canoas, Santo Ângelo, Santa Cruz, enfim. Todos estão colaborando para oferecer o melhor atendimento possível. Os trabalhos são intensos e é preciso uma mobilização muito grande", ressaltou o Secretário Estadual da Saúde, Ciro Simoni, em entrevista à Rádio

Emocionada, Dilma lamenta tragédia no RS e antecipa volta do Chile

A presidente Dilma Rousseff cancelou três reuniões bilaterais que teria neste domingo (27) no Chile e embarca ainda pela manhã para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em razão da tragédia ocorrida em uma boate na cidade, onde mais de 200 pessoas morreram após incêndio.
Em entrevista antes da viagem, Dilma disse que mobilizou os ministros para monitorar e que o governo federal fará "tudo o que for necessário". Emocionada, ela lamentou a tragédia.
"Eu queria dizer à população do nosso país e de Santa Maria o quanto, nesse momento de tristeza, estamos juntos. E necessariamente iremos superar, mantendo a tristeza", disse com a voz embargada.
A presidente cancelou encontros bilaterais com Argentina, Letônia e Bolívia, segundo a assessoria de imprensa do Planalto, e vai direto para Santa Maria, sem passar por Brasília. Dilma deve chegar na cidade ainda nesta tarde, mas ainda não há horário definido.
Mais cedo, ela telefonou para o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e ofereceu "toda ajuda necessária"
"A presidenta telefonou para o governador Tarso Genro e ofereceu toda a ajuda necessária. Ela determinou a todos os ministros que deem apoio em suas respectivas áreas", informou a assessoria de imprensa do Planalto. Segundo a Presidência, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, já está com o governador Tarso Genro e representa o governo federal.
Segundo a assessoria do Ministério da Saúde, o ministro Alexandre Padilha está em São Paulo nesta manhã e vai para o Rio Grande do Sul em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) verificar que tipo de apoio na área da saúde pode ser dada. Segundo o ministério, uma área técnica do ministério verifica quais são as necessidades na cidade.
Pelo twitter, Padilha disse que dois centros de queimados de Porto Alegre e leitos de UTI da região metropolitana foram acionados e estão disponíveis para receber os feridos.
Mais cedo, o governador Tarso Genro manifestou no Twitter o pesar pelo incêndio. O chefe do Executivo no estado afirmou ainda que se deslocará até a cidade para acompanhar o trabalho do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, que realizam a retirada e a identificação dos corpos.
“Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã”, escreveu o governador na rede social. Em entrevista à Rádio Gaúcha mais cedo neste domingo, o secretário de Segurança Pública do RS, Airton Michels, afirmou que todas as forças de segurança pública do estado já foram acionadas para se deslocarem até Santa Maria


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