Vinte famílias defendem permanência
das residências, consideradas irregulares, no prolongamento da Litorânea. A
retirada dos moradores está mantida para o dia 26
Famílias que residem nas proximidades do
prolongamento da Avenida Litorânea denunciam que foram autorizados a permanecer
no local pela gestão municipal anterior
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“Aqui não
tem nenhum invasor como eles dizem. Aqui são famílias que chegaram quando tudo
ainda era matagal e ninguém dava importância para a gente”, reclama a lavradora
Maria de Jesus Souza Nascimento, de 51 anos. Ela integra o grupo de 20 famílias
que moram nas proximidades do prolongamento da Avenida Litorânea e que estão
sob risco de despejo.
A desapropriação está marcada para o próximo dia 26. A determinação
é fruto de ação do Ministério Público Federal (MPF), com base em análise da
Superintendência de Patrimônio da União (SPU-MA), que afirmou serem irregulares
as construções. Ainda segundo a avaliação, não foi solicitado alvará de construção
para as obras. A decisão cabe defesa. Os moradores deverão justificar a
permanência e apresentar as documentações que possam comprovar a legalidade dos
imóveis. O prazo para as defesas encerra-se amanhã.
Os moradores denunciam ainda que tiveram a chancela da gestão municipal
anterior para permanecer no local. segundo eles, lhes foi prometido, via
Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp) que apenas as construções da
parte frontal seriam desapropriadas, após indenização.
Os demais, construídos na parte de trás, não seriam prejudicados. “Eles vieram
aqui com um advogado e disseram que iam dar a documentação da gente. Ficou só
na conversa e com a mudança política esqueceram da gente”, disse o morador
Francisco Arouche, de 63 anos. Na área há um poço artesiano que, segundo os
moradores, foi construído pela prefeitura para suprir a demanda de
abastecimento da população que ali reside. “Essa foi uma das
melhorias que eles fizeram para a gente e iam fazer mais coisas. A gente ficou
tranquilo sabendo que não ia ser despejado”, reitera o morador.
Outra moradora, Thais Costa, de 17 anos, mora com mais cinco pessoas. Uma
delas, a irmã de 13 anos, está preocupada com o futuro da família.
“A gente aqui não sabe como vai ser. Chegou aqui uma pessoa, disse que a gente
tem que sair e a gente tem só até sexta-feira par se defender”, disse a jovem.
Na manhã de ontem, moradores reuniram com membros do SPU para rediscutir o
problema. Permanece a decisão de desapropriação por irregularidades nas
construções, segundo órgão. Hoje, nova reunião,
à tarde, entre moradores e Semuhr para tratar das desapropriações
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