O governo da presidente Dilma Rousseff
reiterou nesta segunda-feira à Indonésia que a iminente execução do brasileiro
Rodrigo Gularte, condenado à morte nesse país por narcotráfico, é
'inaceitável', segundo informaram fontes oficiais.
O próximo fuzilamento de Gularte e outros oito estrangeiros foi
comunicado de forma oficial no sábado passado pelas autoridades indonésias e
pode ocorrer a partir desta terça-feira.
Se a sentença for cumprida, Gularte será o segundo brasileiro
executado na Indonésia, após o fuzilamento em janeiro de Marco Archer Cardoso
Moreira, também condenado à morte por narcotráfico e por quem o governo de
Dilma advogou sem sucesso.
Fontes oficiais brasileiras disseram à Agência Efe que a
representação do país em Jacarta entregou hoje uma nota de protesto ao governo
da Indonésia, na qual insistiu que Gularte sofre de esquizofrenia, o que
impediria sua execução, segundo a própria lei desse país asiático.
Esse argumento foi corroborado pela defesa de Gularte, mas
ignorado pela justiça indonésia, que mesmo assim o incluiu na lista de pessoas
que podem ser executadas nesta mesma semana.
A nota de protesto, segundo as fontes consultadas pela Efe,
insiste também que o Brasil respeita a soberania indonésia, mas advoga pela
vida de Gularte desde um ponto de vista humanitário.
Após a execução de Moreira, em 17 de janeiro, a presidente Dilma
reagiu com 'consternação' e 'indignação' e chamou para consultas o embaixador
brasileiro em Jacarta, que ainda não retornou a seu posto.
Em fevereiro, perante a indiferença da Indonésia pelos pedidos
de clemência interpostos, Dilma se recusou a receber cartas credenciais do novo
embaixador desse país asiático no Brasil.
O diplomata indonésio Toto Riyanto devia entregar suas cartas
credenciais junto a novos embaixadores de outros países, mas na última hora foi
informado que a presidente não as receberia.
'Achamos que é importante que haja uma evolução da situação para
ter claro em que condições estão nossas relações com a Indonésia', declarou
Rousseff ao justificar sua decisão.
Em resposta, o governo da Indonésia também chamou a consultas
seu embaixador e apresentou um protesto formal às autoridades brasileiras por
um 'gesto' que considerou 'inaceitável'.
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