COM TANTO ROUBA NA PETROBRAS AINDA SE FALA EM ECONOMIA DE ENERGIA NO HORÁRIO DE VERÃO.


Neste domingo (18), os brasileiros deverão adiantar os relógios em uma hora. É o início da temporada 2015/2016 do horário de verão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, de São Paulo, Santa Catarina e do Rio de Janeiro; do Espírito Santo, de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. A mudança vai até a meia-noite do dia 21 de fevereiro de 2016.
O horário de verão deste ano deverá resultar em uma economia de R$ 7 bilhões em investimentos no setor elétrico. O governo tem a expectativa de que deixarão de serem consumidos 2.610 megawatts. “É um investimento economizado”, justificou o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barat.
De acordo com o ministério, nos últimos dez anos a medida tem possibilitado uma redução média de 4,5% na demanda por energia no horário de maior consumo e uma economia absoluta de 0,5%. Isso equivale aproximadamente ao consumo mensal de uma cidade do porte de Brasília, com 2,8 milhões de habitantes.
Além disso, a mudança do horário poupa o país de sofrer as conseqüências da sobrecarga na rede durante a estação mais quente do ano, quando o uso de eletricidade para refrigeração, condicionamento de ar e ventilação é o maior do ano.
O principal objetivo da medida é, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a redução da demanda entre as 18h e as 21h. A estratégia é aproveitar o aumento da luz natural ao longo do dia para reduzir o gasto de energia.
Entre os meses de outubro e fevereiro, os dias têm maior duração em algumas regiões, por causa da posição da Terra em relação ao Sol, e a luminosidade natural pode ser mais bem aproveitada.
Segundo os técnicos do ministério, quando a demanda diminui, as empresas que operam o sistema conseguem prestar um serviço melhor ao consumidor, porque as linhas de transmissão ficam menos sobrecarregadas.
Para as hidrelétricas, a água conservada nos reservatórios pode ser importante no caso de uma estiagem futura. Para os consumidores em geral, o combustível ou o carvão mineral que não precisou ser usado nas termelétricas evita ajustes tarifários.
O horário brasileiro de verão é regulamentado pelo Decreto 8.112, de 30 de setembro de 2013, que revisou o Decreto nº 8.556, de 8 de setembro de 2008. Ele começa sempre no terceiro domingo do mês de outubro e termina no terceiro domingo de fevereiro do ano subsequente, exceto quando coincide com o carnaval, caso em que é transferido para o domingo seguinte. { Da Agência Brasil}
Não consigo encontrar razão alguma que justifique tamanha insensatez, cuja única explicação se resume numa discutível economia de energia elétrica.
Tenho dúvidas sobre os pífios índices dessa decantada economia que, ano após ano, vem oscilando entre 1% a 4%. Afinal, até em pesquisas eleitorais esta percentagem é suscetível de erro.
Ademais, convém considerar que, nos grandes centros industriais, como S. Paulo, por exemplo, os trabalhadores levam mais tempo para se locomover ao trabalho. Assim, tendo que despertar mais cedo (ainda no escuro), o consumo de energia elétrica aumenta em vez de diminuir.
Porém, ainda que fosse verdadeira essa propalada economia, estaria muito longe de justificar a violência ao relógio biológico das pessoas e à própria natureza.
Por que haveremos de subordinar-nos à lógica da economia de mercado até mesmo em prejuízo da qualidade de vida, quando seria mais coerente e sensato buscar outros meios capazes de acrescentar esses míseros índices?
Ao que tudo indica, estamos diante de mais uma forma de escravidão.
Nas suas origens, o horário de verão remonta a William Willet (1865-1915), construtor britânico que, em 1907, defendeu a idéia de adotar um horário de verão, sob o argumento de que haveria mais tempo para o lazer, menos criminalidade e redução no consumo de luz artificial.

A iniciativa provocou logo uma forte oposição por parte de fazendeiros e outros setores da sociedade, sobretudo entre pais de famílias, preocupados com os filhos que teriam de acordar mais cedo.

Por ironia do destino, Willet não viveu o suficiente para ver concretizada sua idéia. O primeiro país a adotá-la foi a Alemanha, em 1916; em seguida, outros países europeus, por causa da Primeira Guerra Mundial, como esforço de guerra para a economia de carvão - principal fonte de energia elétrica à época.

Nos EUA, sob forte relutância, a introdução do horário de verão ocorreu em 1918. E o principal motivo foi também a Primeira Guerra Mundial.

No Brasil, cuja energia, à razão de 95% é de origem hidrelétrica e dispõe de abundantes recursos fluviais, ele também foi criado, por decreto, em 1931. Servilismo ou mera mania de imitação, o certo é que o pretexto foi o mesmo: economia de energia elétrica.

E assim, o Brasil é o único país equatorial do mundo que adota o horário de verão.

Observe-se ainda que nos países equatoriais (cortados pela linha do equador), como é o nosso caso, a incidência de luz solar é relativamente uniforme durante todo o ano, sendo de pouca vantagem a adoção do horário de verão. Portanto, é desproporcional aos transtornos biológicos e ao desconforto causado.

Estudo realizado no Canadá pela University of British Columbia em 1991 e 1992, constatou um aumento de 8% de acidentes de trânsito no dia seguinte ao da implantação do horário de verão.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% dos brasileiros tem distúrbio de sono, em grande parte afetado no período do horário de verão.

"O sono das pessoas no horário de verão não é restaurador”, diz o pneumologista e chefe do Laboratório do Sono da UnB, Carlos Viegas. Ele também entende que o horário de verão não deveria ser implantado.

É o caso então de perguntarmos: Não estaria aí mais uma forma de ostentação do poder do Estado?

De fato, no tempo das monarquias absolutistas, em colaboração com a Igreja, bastava que os sinos chamassem para o rito da oração, depois para o trabalho, e todos obedeciam.
Posteriormente, com a Revolução Industrial, a tirania do relógio despertador arrancava os trabalhadores da cama, e todos se dirigiam às fábricas, às oficinas, enfim, ao serviço.

Atualmente, o despotismo estatal do horário de verão chega a antecipar de uma hora a imposição do exercício da obediência.

E todos devem curvar-se prontamente à obediência irrestrita e incondicional, sob pena de sérias complicações, até mesmo aqueles que não concordam, como eu, e relutam contra tamanha estupidez.

Eis aí mais uma forma da escravidão moderna.


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