Em depoimento de mais de 6 horas à PF (Polícia Federal), o
empresário e pecuarista José Carlos Bumlai,
amigo do ex-presidente Lula, confessou a farsa dos embriões na operação
fraudulenta para quitar o empréstimo de R$ 12 milhões com o Banco Schahin
destinado ao PT.
Na declaração, ele confessa que nunca houve a entrega de quaisquer
embriões para as fazendas do Grupo Schahin.
O amigo
de Lula está preso
em Curitiba desde 24 de novembro, quando foi capturado na
Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato. Bumlai é o
protagonista de uma transação financeira que se transformou em um pesadelo para
o PT.
Em troca da concessão dos R$ 12 milhões, o Grupo Schahin teria
ganho contrato de US$ 1,6 bilhão para operar o navio-sonda Vitoria 10000, da
Petrobrás. Segundo Bumlai, o dinheiro foi repassado para o PT.
Bumlai havia declarado em um primeiro momento que uma operação de
dação de "embriões de gado de elite" para agropecuárias do Grupo
Schahin foi a saída para quitação formal do empréstimo de R$ 12 milhões
realizado em 2004. No depoimento desta segunda, ele revelou a farsa.
— Acreditava que com a assinatura do contrato [com a Petrobrás] a
Schahin quitaria sua dívida; que, passado mais um tempo, o interrogando foi
procurado por um advogado da Schahin, cujo nome não se lembra, para articular
uma forma de quitar a dívida; que o advogado esclareceu que havia necessidade
em se simular uma operação que envolvesse bens móveis; que os únicos bens
móveis que o interrogando poderia fornecer seriam embriões bovinos. [...] Toda
a materialização da operação de venda de embriões foi executada pela Schahin,
competindo ao interrogando apenas a emissão das notas fiscais, por causa da
localidade dos embriões — Campo Grande/MS; que a operação envolvendo os
embriões não demandava o pagamento de ICMS; que dentre os papéis produzidos
para a quitação da dívida, recorda-se da existência de um instrumento de
confissão de dívida de cerca de sessenta milhões de reais; que tal documento
causou estranheza ao interrogando; que este documento foi encaminhado pelo
advogado da Schahin ao advogado do interrogando que não tinha ciência de que
toda a operação de quitação do empréstimo era simulada.
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