A Organização da Sociedade na época de Cristo e como ser cristão na atual sociedade.


       Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. Mateus 22:36-40

Um breve olhar contemplativo em nossa sociedade e o que vemos? Vemos a banalização da vida. Mata-se por pouco, morre-se por nada; vemos a corrupção generalizada em cada espaço de nossa sociedade, nas faculdades, na esfera pública, na iniciativa privada, na família, fora da família, em todo canto. Onde há gente, há corrupção. E não há política, lei ou educação que possa reverter este quadro. Nenhuma revolução humana pode transformar o caráter degenerado, corrupto e morto do homem.
Na sociedade do tempo de Jesus os grupos, diferenciavam no modo de relacionar com a política, economia, religião. Eles tinham grande importância no quadro social daquela época. Ao lermos os Evangelhos deparamos com estes grupos com os quais Jesus entrava em dificuldades e conflitos.

Formado pelos proprietários de terras e membros da elite sacerdotal. Com o poder na mão, controlava a administração da justiça no Tribunal Supremo o Sinédrio. Intransigentes com o povo, viviam preocupados com a ordem pública. Foram eles os responsáveis pela morte de Jesus. Os saduceus eram colaboradores do império romano, tinham uma política de conciliação, com medo de perder seus cargos e privilégios.

Adquiriu maior prestígio na sociedade daquele tempo. Seu grande poder residia no saber. A influência deles era exercida em três lugares: Sinédrio, sinagoga e escola. No Sinédrio, apresentavam como juristas para aplicar a Lei nos assuntos governamentais e questões judiciárias. Na sinagoga, eram os grandes intérpretes das Escrituras, criando a tradição através da releitura, explicação e aplicação da Lei para os novos tempos. Eles monopolizavam a interpretação das Escrituras, e tornavam guias espirituais do povo, determinando até mesmo as regras que dirigem o culto. Os Fariseus eram nacionalistas hostis ao império romano, de resistência passiva. Os fariseus eram formados por leigos provindos de todas as camadas da sociedade, artesãos e pequenos comerciantes. A maioria do clero pobre, que se opõe à elite sacerdotal pertencia a esse grupo.

Na religião, os fariseus caracterizam pelo rigoroso cumprimento da Lei em todos os campos e situações da vida diária. Eram conservadores zelosos e criadores de novas tradições, através da interpretação da Lei para o momento histórico em que viviam. A maior expressão do farisaísmo era a criação da sinagoga, opondo-se ao Templo, dominado pelos saduceus. Assim a sinagoga, com a leitura, interpretação dos textos bíblicos e orações, tornavam-se a expressão religiosa oposta ao sistema cultual e sacrifical do Templo.

Constituíram a partir dos fariseus. Provinham da classe camponesa, as camadas pobres da sociedade massacradas por um sistema fiscal impiedoso. Desejam expulsar os dominadores pagãos romanos, eram contrários ao governo de Herodes na Galiléia. Queriam restaurar um Estado onde Deus é o único rei, representado por um descendente de Davi o messianismo. Nesse sentido, os zelotas eram reformistas, pretendiam restabelecer uma situação passada. Enquanto os fariseus mantinham numa atitude de resistência passiva, os zelotas partiam para a luta armada. As autoridades os consideravam criminosos e terroristas, eram perseguidos pelo poder romano. Entre os apóstolos de Jesus, provavelmente dois eram zelotas: Simão (Mc 3,19) e Judas Iscariotes. Simão Pedro parece adotar certos métodos dos zelotas.

 Eram funcionários da corte de Herodes eram conservadores tinham o poder civil da Galiléia nas mãos. Fortes opositores dos zelotas viviam preocupados em capturar agitadores políticos na Galiléia. Foram eles responsáveis pela morte de João Batista.


Este grupo foi resultado de fusão entre sacerdotes dissidentes do clero de Jerusalém e de leigos exilados. Na época de Jesus, viviam em comunidades com estilo de vida bastante severo, caracterizado pelo sacerdócio e hierarquia, legalismo rigoroso, espiritualidade apocalíptica e a pretensão de ser o verdadeiro povo de Deus. Assemelham-se aos fariseus e estavam em ruptura radical com o judaísmo oficial. Tendo deixado Jerusalém, dirigiram para regiões de grutas, para viverem ideal "monástico". Tinham uma vida em comum, dividiam seus bens. Tinham obrigação de trabalhar com as próprias mãos, o comércio era proibido, assim como o derramamento de sangue, mesmo em forma de sacrifícios.

 Como o próprio nome indica, eram habitantes da Samaria, descendentes da população mista israelita e pagã. Não formavam uma seita propriamente dita, mas os Samaritanos afastaram-se do judaísmo oficial. Tinham o Pentateuco em comum com os Judeus, mas construíram o seu próprio Templo no monte Garizim (2Rs. 17, 24-28), por este motivo os Judeus (habitantes da Judeia - ao sul) considerava-os como pagãos. As relações entre eles e os Judeus eram muito tensas (Lc. 9,52; Jo. 4,9; 8,48). O comportamento de Jesus a seu respeito escandalizou os seus contemporâneos (Jo. 4,5-.40; Lc. 10,13; 17,10-17). A missão cristã desenvolveu-se primeiro entre eles (At. 1,8: 8,5-25; 9,31; 15,3).

A religião dos judeus no tempo de Jesus está centrada em dois aspectos fundamentais: o Templo e a sinagoga. Jesus nasceu, viveu e morreu dentro do contexto histórico do séc. I. Por isso quando lemos os Evangelhos, devemos ficar atentos para avaliar corretamente as atividades de Jesus dentro da formação social, econômica, política e religiosa do seu tempo. A fidelidade a Palavra de Deus está no olhar a realidade do povo de ontem e de hoje e transformar a realidade numa grande revelação de Deus. O centro da mensagem de Jesus é o reino de Deus uma nova sociedade.
Meu querido leitor leia a palavra de Deus para que você possa aprofundar melhor ao conhecimento de Jesus de seu projeto, deixe questionar por Jesus, ele questionou as pessoas de seu tempo e questiona a nós hoje.
               Ser Cristão, não é ser alienado, e nem podemos pregar o Evangelho sem compreender qual a nosso papel como servo de Deus em meio aos acontecimentos vivenciados na política .

Jesus viveu em uma sociedade preconceituosa, mas o seu ensinamento é contrário aos dogmas religiosos incoerentes e desviantes impostos pela elite farisaica. Se aproximava com amor e missão de resgate de indivíduos proscritos da sociedade, como por exemplo: cobradores de impostos, prostitutas, leprosos,samaritanos.

Suas ações ensinavam assim como suas palavras, curando no sábado ensinou aos fariseus que este foi feito para o homem, e não o homem feito para o sábado. Ao defender os seus discípulos por comerem sem lavar as mãos, estava ensinando  que o que contamina o homem é o que sai da boca e não o que entra. Ao entrar em casa de publicano, ensinou que são os doentes que necessitam de médicos e  não os saudáveis
Na complexa sociedade em que vive, dominada pelo legalismo, perturbada por tensões ideológicas, com graves problemas sociais e sujeita à dominação estrangeira, a figura de Jesus surge como a de um homem livre que não se deixa condicionar pelos preconceitos nem pelas circunstâncias de sua sociedade.
Jesus realizou muitas curas e milagres que são inexplicáveis à lei natural. Os racionalistas e empiristas negam sua possibilidade e procuram explicá-los pelas leis naturais ou interpretá-los como mito; esta última negação implica em negar as narrativas bíblicas como históricas
Era cheio de autoridade, enfrentou os poderes do mal social com coragem e verdade, os sumos sacerdotes, fariseus, Herodes e Pilatos.

Sua mensagem era libertadora. Não uma liberdade esperada pelos judeus de um Messias que iria libertá-los do jugo romano, mas a mensagem de libertação de uma ideologia contra a sociedade opressora e da malignidade em geral. Combateu a valorização do tradicionalismo que nem mesmo os fariseus conseguiram suportar, e que afastava o povo de Deus, as doutrinas da purificação, o guardar o sábado que deveria ser um dia de festa e que se tornara um dia de rigor, e um coração duro que se importava mais com tradições religiosas do que o amor  ao próximo.

Jesus freqüenta a sinagoga para abrir a mentalidade do povo com seu ensinamento para horizonte alternativo e afirmar a possibilidade de mudança. (...) A expressão máxima desta opressão era a observância do preceito do descanso sabático ou festivo. A casuística tecida em torno dele era tão angustiante que o que devia ser dia de festa e de alegria transformara-se em tormento. O simples ato de arrancar algumas espigas era considerado pecaminoso (Mc 2,23s); o mesmo acontecia com a cura de enfermo ou inválido (Mc 3,2; Jo 5,16)[6]


Seus ensinamentos são dirigidos para uma população oprimida, pela idealização de uma severidade religiosa que distanciava o homem de Deus, ao invés de aproximá-lo. Jesus vem apresentar um Deus que busca intimidade com o homem, misericordiosa e amorosa. Os Escritos Joaninos[7], elucidam extraordinariamente esse ponto da mensagem de Jesus.

Jesus preparou os seus discípulos para que depois de sua ascensão aos céus, eles continuassem sua obra. Seu ministério foi simples, com os seus discípulos e os seguidores ao redor de si. Não deixou nenhuma forma de culto, mas deixou a ordenança do batismo, da eucaristia e de proclamar as suas Boas Novas a todos os povos.

Após sua ascensão aos céus, seus discípulos permaneceram reunidos, aguardando o poder prometido que viria do alto. Dez dias depois, no Pentecostes, o Espírito Santo prometido por Jesus veio sobre eles, revestindo-os de poder. Começaram então sua atividade, com autoridade e ousadia propagando o cristianismo em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra.

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