Os principais integrantes da cúpula do PMDB já tinham deixado
a convenção nacional da sigla neste sábado (12) quando, sob forte pressão da
militância, o partido aprovou uma moção que proíbe os peemedebistas de
assumirem novos cargos no governo até que a sigla decida definitivamente sobre
o rompimento ou a manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff.
A medida tem como alvo principal as negociações em torno da
nomeação de Mário Lopes (PMDB-MG) para a Secretaria de Aviação Civil. O cargo,
com status de ministro, foi acertado com o governo para ajudar a eleição de
Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança da sigla na Câmara. Picciani íntegra a
ala que apóia a presidente Dilma.
A decisão foi tomada em meio à e gritaria da militância, que
cobrava o desembarque imediato do governo e só se acalmou quando o ex-ministro
Eliseu Padilha, aliado do vice-presidente Michel Temer, topou colocar em
votação a moção que veta a nomeação de peemedebistas.
O presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco,
justificou a aprovação da moção como uma medida de “precaução”. Ele também
endossou a defesa pela unidade interna do partido.
“Essas moções apresentadas serão analisadas e votadas pelo
diretório nacional, que está sendo escolhido hoje. Enquanto corre o prazo nesse
período, por precaução, a convenção aprovou outra moção de que nenhum
companheiro pode assumir cargo no governo até diretório nacional de tomar
posição no governo”, afirmou.
Segundo o peemedebista, se o partido de fato desembarcar da
administração petista, a decisão terá que ser cumprida por todos os integrantes
da sigla com cargos no Executivo sob pena de serem expulsos. Hoje, o PMDB ocupa
seis ministérios.
O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE) afirmou,
após ter participado da convenção, que o PMDB, diante das dificuldades do país
resolveu adotar uma postura de não parecer “golpista” e nem “oportunista”. Para
o parlamentar, a sigla precisa ter “um pouco mais de paciência”.
Houve um acordo na cúpula do partido para adiar a decisão
sobre o desembarque do governo em até 30 dias. As novas nomeações, portanto,
estão travadas até que o partido feche essa questão.
Temer fez um discurso em nome da unidade. Ele e os demais
integrantes da cúpula do partido deixaram a convenção logo após a fala, quando
a militância, inflamada, pedia a saída imediata do governo. O presidente do
Senado, Renan Calheiros, chegou a demonstrar irritação quando os discursos pela
ruptura chegaram ao microfone. Em seguida, ele deixou o local.
O vice-presidente Michel Temer apresentou sua recondução ao
comando nacional do PMDB neste sábado (12) como um símbolo de que o partido
optou pela convergência numa “ocasião em que é preciso cuidar do país”.
Em discurso, o vice chegou a dizer que a sigla está pronta
para “resgatar os valores da República e reencontrar a via do crescimento
econômico e social”.
O vice chegou ao local do evento, em Brasília, acompanhado
dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, além de
José Sarney, escolhido presidente de honra do PMDB. A presença de Cunha e
Sarney eclipsou os aplausos na entrada do vice.
Da plateia vieram gritos isolados de “Fora Cunha” e, antes de
falar, Sarney ouviu um princípio de vaia. A fala de Temer, no entanto, foi
aclamada pelos ouvintes.
Ele chegou ao microfone aos gritos de “Brasil para frente,
Temer presidente”. Durante todo o ato, a militância entoou coro de “Fora
Dilma”, numa referência à presidente Dilma Rousseff, e “Fora PT”. Houve até
convocação para as manifestações deste domingo (13).
Temer fez questão de passar uma mensagem diferente da que vem
sendo reverberada pela cúpula do PT, que chegou a convocar protestos em prol da
sigla para o mesmo dia e local dos que estão programados em defesa do
impeachment. “Não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar ânimos, A hora é
de construir pontes”, disse.
SAÍDA JÁ
Apesar do acordo fechado pela cúpula do partido de adiar
qualquer decisão sobre o rompimento com o governo, a liberação dos discursos
contra a aliança entre o PMDB e o PT acabou marcando a convenção.
Cotado para assumir a Secretaria Especial de Aviação Civil, o
deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) foi hostilizado nos microfones. Colegas de
parlamento chamaram a negociação da vaga de “vexame” e cobrou, em diversos
momentos, que o PMDB deliberasse imediatamente sobre a ruptura com o governo.
“Vocês são jovens e ainda vão entender que decisão de maioria
a gente respeita”, disse o ex-ministro Eliseu Padilha, aliado de Temer, ao
tentar conter os gritos de “entrega os cargos” entoados pela militância ao
final do ato.
Integrantes das alas que ainda defendem a aliança com Dilma,
não subiram no palanque para defender o governo. O líder do PMDB da Câmara,
Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que indicou ao menos quatro ministros da petista,
justificou a discrição com o discurso de que, se tentasse discutir, acabaria
expondo uma divisão na sigla.
Com isso, os defensores do desembarque do PMDB foram unânimes
nos microfones. Ex-petista, a senadora Marta Suplicy, que será candidata à
Prefeitura de São Paulo pelo PMDB, chegou a dizer que a sigla precisa se
desvincular de um governo que considera “corrupto” e “incompetente”.
Os oposicionistas também cobraram que a cúpula partidária
vete a entrada de qualquer peemedebista em cargos no governo federal pelos
próximos 30 dias.
A convenção vem sendo classificada como “um aviso prévio” do
PMDB à petista. A expectativa é de que, após a repercussão das manifestações
contra o governo e o fim do julgamento sobre o rito do impeachment, a sigla
finalmente deixe o governo Dilma.
“FORA DILMA”
A convenção nacional do PMDB começou na manhã deste sábado
(12) embalada pelos gritos da militância de “Fora Dilma” e “Fora PT”. As
manifestações contra o governo também marcaram a abertura dos discursos de
dirigentes estaduais e setoriais da sigla.
O ato teve início por volta das 9h. A ala oposicionista do
partido preparou uma carta única, assinada por deputados estaduais, federais,
que prega o “afastamento imediato dessa desastrosa condução do país”. “Temos
que desembarcar do governo que não nos respeita nem considera”, pede os
oposicionistas do partido na carta.
Não houve, até o momento, um discurso de defesa do governo. O
vice-presidente Michel Temer ainda não chegou ao local.
O PMDB decidiu deixar os microfones abertos para as críticas
ao governo mas fez um acordo que prevê que os pedidos de rompimento serão
decididos pela direção nacional do partido depois, em até 30 dias.
O ato do partido, no entanto, foi tomado por críticas à
presidente Dilma Rousseff e convocações para as manifestações deste domingo
(13).
“O que dizem as ruas neste momento?”, questionou o
ex-ministro Geddel Vieira Lima. “Elas ecoam as vozes dessa sala.”
LÍDER
Em diversos discursos, Temer foi descrito como “o grande
líder” da legenda. Geddel chegou a dizer que “o mesmo entendimento que gerou
unidade” dentro do partido em torno da reeleição do vice ao comando nacional do
PMDB, “é capaz de se organizar para dar um alternativa” ao país.
Outros dirigentes locais do PMDB pregaram que o partido tenha
“coragem de deixar esse governo”.
ROMPIMENTO
A convenção vem sendo classificada nos bastidores como “um
aviso prévio”do PMDB à petista. Líderes da sigla afirmam que, agora, é o
momento “de falar para dentro” do partido e pregar a união em torno de Temer,
que será reeleito presidente da sigla.
Ex integrante do PT por mais de três décadas, a senadora
Marta Suplicy (SP) afirmou neste sábado (12) que o impeachment da presidente
Dilma Rousseff “vem tarde” e chamou o governo da petista de “corrupto”.
Filiada ao PMDB desde setembro do ano passado, a parlamentar
cobrou, em um breve discurso na convenção nacional do partido, o desembarque
imediato da legenda do governo petista.
“Agora, o PMDB leva o Brasil a dizer não a um governo
corrupto. Dilma é uma presidente isolada, que não consegue governar o país. […]
O impeachment da presidente vem tarde. O Brasil precisa do PMDB, que é o
partido que tem o DNA da democracia”, disse a um auditório lotado.
Enquanto a senadora discursava, os participantes gritavam
“Fora Dilma” e “Temer Presidente”, em referência ao vice-presidente Michel
Temer, que, neste sábado, será reconduzido à presidência nacional do partido.
Marta disse que entende a decisão da cúpula partidária de não
deliberar imediatamente sobre a ruptura com o governo mas cobrou que a medida
seja tomada em até 30 dias.
A convenção vem sendo classificada nos bastidores como “um
aviso prévio” do PMDB à petista. Líderes da sigla afirmam que, agora, é o
momento “de falar para dentro” do partido e pregar a união em torno de Temer,
que será reeleito presidente da sigla.
A cúpula peemedebista fez um acordo que prevê adiar qualquer
decisão sobre o rompimento formal da sigla com o governo Dilma Rousseff em até
30 dias.
A convenção teve início por volta das 9h. A ala oposicionista
do partido preparou uma carta única, assinada por deputados estaduais,
federais, que prega o “afastamento imediato dessa desastrosa condução do país”.
“Temos que desembarcar do governo que não nos respeita nem considera”, pede os
oposicionistas do partido na carta.
A cúpula peemedebista fez um acordo que prevê adiar qualquer
decisão sobre o rompimento formal da sigla com o governo Dilma Rousseff em até
30 dias.
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