Pesquisa divulgada nesta terça-feira (29) pela
CNT (Confederação Nacional dos Transportes) em parceria com o instituto MDA
apontou que 91,4% dos entrevistados que têm acompanhado as notícias sobre as
denúncias envolvendo a Petrobras são a favor de uma CPI para investigar a
estatal.
Entre esses
eleitores, 80,5% consideram que houve irregularidades na compra da refinaria de
Pasadena, no Texas (EUA). A aquisição é investigada pela Polícia Federal e pelo
TCU (Tribunal de Contas da União), entre outros órgãos, sob suspeita de que o
negócio tenha representado um prejuízo milionário à Petrobras.
A maioria (66,5%)
entre os que acompanham o noticiário considera que Dilma teve responsabilidade
na compra da unidade. Na época, em 2006, Dilma era ministra-chefe da Casa Civil
e presidia o Conselho Administrativo da estatal, que deu seu aval à compra. Ao
justificar o seu voto favorável, Dilma alegou que havia se baseado em um
parecer "falho" e "incompleto".
Os percentuais se
referem a 50,2% do total de 2.002 entrevistados que afirmaram acompanhar as
notícias sobre a estatal ou ter ouvido falar sobre as denúncias.
Entenda as denúncias envolvendo a Petrobras
Compra de refinaria em Pasadena
A aquisição da
refinaria de Pasadena, nos EUA, pela Petrobras é investigada por diversos
órgãos sob suspeita de ter causado prejuízo milionário. A presidente Dilma
Rousseff, que em 2006 presidia o Conselho Administrativo, justificou ter dado o
seu aval com base em parecer "falho". Reportagem de "O
Globo" revelou que foi feito saque sem registro contábil. Congresso
discute criação de CPI.
Compra de refinaria no Japão
Após a compra de
Pasadena, a Petrobras realizou outra negociação controversa com a aquisição de
uma refinaria no Japão, em 2007. Localizada na ilha de Okinawa, a empresa NSS
teve 87,5% de seu controle comprado pela Petrobras por US$ 52 mi. A refinaria
teria capacidade para 100 mil barris por dia, mas, de acordo com o jornal
"Valor Econômico", a produção só podia atingir pouco mais da metade
disso
Operação Lava Jato
A operação Lava
Jato da Polícia Federal prendeu em março um ex-diretor da Petrobras, Paulo
Roberto Costa, por tentar destruir provas e documentos que o envolviam em um
suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais de R$ 10
bilhões. Em abril, ele se tornou réu numa ação penal sob acusação de ter
desviado recursos públicos da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco.
Suspeita de propina de empresa da Holanda
A SBM, empresa com
sede na Holanda, é suspeita de ter pagado propina a funcionários da estatal
brasileira para conseguir contratos de locação de plataformas petrolíferas
entre os anos de 2005 e 2012. Deputados da comissão criada na Câmara para
investigar as denúncias pretendem recorrer ao STF para ter acesso às
informações da sindicância realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União).
Petrobras perdoou calote da Venezuela
Segundo o jornal
"O Estado de S.Paulo", documentos mostram que Petrobras abriu mão de
penalidades que exigiriam da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo
Brasil para o projeto e o começo das obras na refinaria Abreu Lima, em PE. O
acordo feito entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez
deixou o Brasil com a missão de garantir, sozinho, investimentos US$ 20 bi.
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