Em sua explanação aos
senadores na audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos
(CAE) e de Serviços de Infraestrutura (CI), nesta terça-feira (14), o
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Luciano Coutinho, garantiu que a instituição é transparente e observou que
apenas o Eximbank norte-americano se iguala ao banco brasileiro neste aspecto,
em relação à sua política de empréstimos.
Coutinho afirmou que as
instituições equivalentes de países como Japão, Inglaterra, Alemanha, França e
Itália seguem critérios mais rígidos de segredo, em defesa de seus respectivos
setores privados e para evitarem litígios. Ele acredita que a discussão no
Brasil também deve se dar levando em conta os interesses nacionais.
O presidente do BNDES
pediu a colaboração do Senado para que a discussão sobre a política de
empréstimos do banco se dê de forma “técnico-metodológica”.
Coutinho citou
nominalmente a CAE e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional em
relação a essa sua preocupação. Ele reiterou que a instituição é obrigada a
cumprir toda uma legislação referente ao sigilo bancário no que tange à
intimidade financeira das empresas, fazendo uma analogia com a inviolabilidade
das informações bancárias das pessoas físicas. Disse ainda que a direção do
banco poderia até ser responsabilizada judicialmente no caso do vazamento
dessas informações.
Consulta pela Internet
Coutinho ainda
apresentou um vídeo didático explicitando como qualquer internauta pode
consultar, através do site da instituição, a política de empréstimos seguida
pelo banco.
Afirmou que o BNDES
cumpriu um papel anticíclico em virtude da crise de 2008, que passou a ser mais
contido a partir de 2011 e agora, dentro da lógica do ajuste fiscal, também se
encontra mais restrito.
O presidente ainda
apresentou dados que mostram uma desconcentração de investimentos. Entre 2007 e
2014, segundo demonstrou, os desembolsos percentuais cresceram para as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, tendo se mantido estável para o Sul e
decrescido apenas na região Sudeste. Ele também apresentou dados de
investimentos para obras de mobilidade urbana nos estados.
Coutinho afirmou que a
atenção para as micro e pequenas empresas é uma prioridade da sua gestão. Em
2014, por exemplo, a carteira para essas empresas chegou a quase R$ 60 bilhões
de reais. Garantiu que o banco tem uma carteira de “alta qualidade”, mesmo se
comparada à do setor privado, apresentando as mais baixas taxas de
inadimplência do mercado.
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